Quando receber o rali é uma aposta ganha
Milhões do retorno da prova lusa têm vindo a multiplicar-se ao longo dos anos, sendo, de longe, o maior evento desportivo e turístico do país
Para Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, “não há rali sem autarcas” e os municípios por onde passa o evento têm uma hipótese única de lucrar em receitas e em promoção.
Passando por 14 municípios (Coimbra, Lousã, Góis, Arganil,Mortágua,Figueirada Foz, Vieira do Minho, Amarante, Felgueiras, Lousada, Paredes, Fafe, Cabeceiras de Basto e Matosinhos), o Rali de Portugal ambiciona atingir este ano um impacto económico de 155 milhões de euros. Mas os números já alcançados – recorde de 153,7 milhões de retorno em 2022 – não deixam dúvidas que a prova portuguesa do WRC é o maior acontecimento desportivo e turístico do país, em termos mediáticos e nas receitas. Ainda que nem sempre os valores sejam conhecidos na íntegra ou pareçam inflacionados, a etapa portuguesa do Mundial de ralis é uma aposta muito interessante para as Câmaras Municipais.
Este ano, percebendo que Coimbra desistira de receber a superespecial do dia inaugural, a Figueira da Foz não hesitouementrarnoprograma,investindo 300 mil euros a contar com um retorno muito superior. Em 2019, ano em que o rali voltou ao Centro do país, os municípios da região tiveram de investir 600 mil euros, mas foi-lhes registado um ganho global de 31 milhões. Reentrando no alinhamento em 2017, dois anos após o regresso ao Norte, Fafe, que tem o salto mais famoso do WRC, será dos concelhos que mais lucra. Os estudos têm apontado um retorno anual direto de cinco milhões de euros, mas dados mais recentes precisam que o lucro económico fica entre 1,7 e 1,9 milhões de euros, num cálculo das despesas de adeptos e equipas.