O Jogo

ÁGUIA ACELERA RUMO AO TÍTULO PELO ALGARVE

AUTORITÁRI­O Benfica volta aos sete pontos de avanço na frente e pode até festejar hoje se o FC Porto perder. Goleada foi incontestá­vel e poderia ter sido maior

- Textos JOÃO ARAÚJO

Portimonen­se viu frustradas desde muito cedo as ideias que levava para emperrar a máquina encarnada, que está de novo bem oleada e onde boas exibições individuai­s coloriram eficácia coletiva.

Cinco golos marcados, ●●● outros dois anulados e ainda duas bolas aos ferros pintam bem o quadro da superiorid­ade do Benfica na deslocação a Portimão, anunciada como perigosa, por ser decisiva na corrida ao título, masque mais pareceu uma metáfora da tantas vezes vista viagem a alta velocidade de Lisboa ao Algarve para um fim de semana de repouso... O38.º título das águias estará agora a uma vitória de distância nas duas jornadas que faltam, embora se o FC Porto, que se encontra de novo a sete pontos do topo da tabela, perder hoje com o Casa Pia, no Estádio do Dragão, os foguetes e o champanhe com rótulo encarnado explodem já esta noite.

Voltando a Portimão, praticamen­te desde o apito inicial que se ouviram os acordes do que seria uma serenata ao sol do Benfica. Havia dois minutos de jogo e João Neves abria as hostilidad­es com um disparo que raspou no poste, surgido após Neres ter explorado pela primeira vez a ala esquerda do ataque, onde não estava – como raramente esteve –

Moufi, o vaivém de Paulo Sérgio para aquele flanco, mas que só ia e não voltava... Dois minutos depois, novo voo da águia por aquela banda, agora com Grimaldo na condução, e novo lance de perigo que acabou mesmo em golo (depois de a bola ser tocada por João Mário para onde Aursnes apareceu a cruzar para a conclusão do lateral espanhol). Foi apenas o primeiro, é certo, mas revelou o essencial do que se seguiria na maior parte da partida e, acima de tudo, teve o condão de consumar a estratégia desenhada por Roger Schmidt – resolver o quanto antes –, acalmando qualquer nervoso miudinho que pudesse haver nos jogadores encarnados. Dissemos que esse lance foi revelador porque mostrou como Paulo Sérgio apostara em engasgara máquina encarnada, de novo a carburarem pleno, na sua sal ade máquinas, a construção de jogo em posse, pressionan­do alto e povoando o meio-campo. Mas deixou as costas destapadas para os aceleras do ataque benfiquist­a que, bem servidos e como também são bons de pés e de bola, souberam tirar partido do adiantamen­to do possante Pedrão para a zona intermédia e da linha de três centrais, quase sempre desprotegi­da quandol hess urgiam pela frente Grimaldo, Rafa,Neres, João Mário e Gonçalo Ramos...

Um golo anulado a João Mário (9’) e uma bomba à trave (15’) de Ramos foram o mais vistoso da elevada produção ofensiva das águias na fase inicial, intercalad­a por um par de situações de ataque do Portimonen­se, a aproveitar as dificuldad­es de Aursnes a fechar defensivam­ente. Até surgir o golo da tranquilid­ade, num infeliz desvio para a própria baliza de Relvas, a onda encarnada que encheu as bancadas crescia em euforia e volume sonoro, apenas abafado quando Pedrão bateu Morato em velocidade de reação e reduziu para 1-2. Só que, após nova criação de Neres, ainda antes do intervalo, novo tranquiliz­ante, este aplicado por Gonçalo Ramos, que fez as pazes com o golo seis jornadas depois.

O segundo tempo foi quase sempre um longo bocejo, com o Portimonen­se incapaz de se opor à gestão da bola e dos ritmos de jogo por parte do líder da I Liga. Notáveis exceções foram, no entanto, o reatamento, quando foi anulado o que seria o 1-4 a Rafa, e os minutos finais, quando um recém-entrado Musa bisou sem sequer se despentear: primeiro, graças a uma prenda de Rafa, que tinha corrido meio campo sozinho; depois, foi um brinde de Kosuke, qual imagem daqueles dias em que nada sai bem e a culpa foi mesmo dos outros!

 ?? ?? Morato e Yago protagoniz­aram vários duelos intensos
Morato e Yago protagoniz­aram vários duelos intensos
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal