Bem-dispostos mesmo na ressaca
Na ressaca da derrota contra o Benfica, um conhecido adepto bracarense afirmou que, doravante, as baterias do SC Braga deverão estar apontadas para o dia 4 de junho, para a final da Taça de Portugal, pois o futebol vive de objetivos e esse é, agora, o principal. Não concordo nada com ele. A defesa do terceiro lugar é, esse sim, o objetivo imediato, pois joga-se já hoje, contra o Santa Clara, e nos restantes dois jogos que faltam para terminar o campeonato, que serão disputados antes do tal dia 4 de junho. Trata-se de um objetivo importantíssimo, pois o terceiro lugar poderá dar acesso – depois de jogada a préeliminatória - à fase de grupos da milionária Champions League. Além, claro, do prestígio de um terceiro lugar no campeonato. Ainda na ressaca do jogo da Luz, o tema da semana foi o gesto de António Salvador, em plena bancada do Estádio da Luz, torcendo lateralmente os dedos da mão direita, gesto habitualmente associado ao “roubo”. Uma cáfila de comentadores acéfalos insurgiu-se contra o presidente bracarense, exigindo das instâncias federativas um severo castigo para tal pecado gestual. Ora, o gesto de Salvador foi feito num contexto privado, isto é, dirigido a uma outra pessoa (parecia ser Toni, o antigo jogador e treinador benfiquista), não foi um gesto feito numa flash interview ou com uma ostensiva intenção pública (dirigido propositadamente às câmaras de televisão). É certo que foi apanhado numa imagem televisiva, como, muitas vezes, são apanhados beijos ou cara bonitas nas bancadas. Mas isso não faz desse gesto (uma espécie de brincadeira de quem não gostou de ter visto uma lance de possível penálti sobre Ricardo Horta não ter sido sequer objeto de análise do VAR) um ilícito disciplinar. Haja bom senso. Continuando com a semana da ressaca, alguns factos merecem destaque. Desde logo, a preocupação da SAD em preparar a próxima época: as renovações os dois guarda-redes e a anunciadas negociações com o Fenerbahçe por Bruma são boas notícias. Bruma foi, na verdade, um reforço de peso, com resultados imediatos (golos, desequilíbrios, assistências para golo, etc.) e é – tem-se visto nos jogos – um jogador de nível europeu. Conseguir que ficasse em Braga seria, na minha opinião, um feito assinalável para a administração da SAD. Façamos figas. Uma última palavra para o melhor avançado e jogador do mês de abril para a LPFP: Ricardo Horta, um verdadeiro motocontínuo de entrega, alegria e empatia com os adeptos. E para Artur Jorge, o melhor treinador do mês de abril para a mesma LPFP. Palavras para quê? Mesmo na ressaca, continuamos sempre bem-dispostos…