Inferno sem fim à vista
Expulsão de Paulo Bernardo, na primeira parte, complicou contas da permanência do Paços, que agora só pode chegar ao play-off. Chaves foi eficaz e aproveitou superioridade numérica
A equipa de Vítor Campelos somou a terceira vitória consecutiva no campeonato pela primeira vez e está agora a um ponto de igualar o melhor registo do clube transmontano no principal escalão.
Maio é, para os mais crentes, um mês de fé. E é precisamente a esse fé que o Paços de Ferreira se deve agarrar para as duas últimas jornadas da I Liga, depois de complicar, mais ainda, as contas da permanência ao perder, por 2-0, na deslocação ao reduto do Chaves. A equipa de César Peixoto já não pode alcançar a permanência direta e o máximo que poderá atingir é o lugar de play-off. Já o conjunto flaviense somou a terceira vitória consecutiva no campeonato pela primeira vez esta época. O resultado, porém, acaba por ser demasiado penalizador para aquilo que os pacenses fizeram, sobretudo quando estavam com 11 jogadores. A expulsão de Paulo Bernardo, em cima do intervalo, num lance imprudente, acabou por abrir caminho para a vitória flaviense.
A precisar urgentemente de vencer, os pacenses entraram muito bem, com dois remates potentes de Gaitán (3’ e 5’) a obrigarem Paulo Vítor a duas boas defesas. A reação do Chaves só surgiu aos 15’, com um bom remate de Benny a passar pouco por cima da barra da baliza de Marafona. Apesar dessa investida, o Paços continuou por cima e, à passagem da meia
hora, podia mesmo ter marcado por Gaitán, desta vez na marcação de um livre, defendido pelo guarda-redes flaviense. Pelo meio, Adrián Butzke também deu ares da sua graça, mas a pontaria não esteve afinada. César Peixoto estava a gostar do que via, mas em cima do intervalo viu as expectativas serem defraudadas
depois de Paulo Bernardo ser expulso por duplo amarelo.
Na etapa final, e com mais um jogador, o Chaves conseguiu mesmo chegar aos golos, primeiro por Obiora, que se estreou a marcar e, depois, por João Teixeira, que dissipou todas as dúvidas. O primeiro surgiu num lance de bola parada, a penalizar a passividade defensiva
do Paços e o segundo apareceu perto do fim, numa recarga, depois de um primeiro cabeceamento de Héctor Hernández.
O Paços ainda tentou reagir - a saída de Adrián Butzke chateou os adeptos, que entoaram cânticos depreciativos para César Peixoto -, mas nada evitou o desaire.