Roglic meteu tudo em sentido
Ataque do esloveno obrigou João Almeida a perseguir e deixou abalado o provocador Evenepoel
A Volta a Itália teve numa etapa de média montanha o melhor dos seus primeiros oito dias, graças a um ataque súbito do líder da Jumbo-Visma. Os Ineos aproveitaram, Almeida e Evenepoel perderam 14s.
CARLOS FLÓRIDO
“Nada mal para alguém ●●● com covid”, desabafou Geraint Thomas,referindo-seaPrimoz Roglic no final da oitava etapa da Volta a Itália, em Fossombrone. O britânico da Ineos, juntamente com o colega Tao Geoghegan Hart, tinha conseguido juntar-se ao esloveno da Jumbo-Visma, que desferiu um ataque demolidor na subida do Cappuccini, uma rampa estreita e demolidora (7,8%) já perto da meta, ganhando 14 se- gundos a Remco Evenepoel e João Almeida.
A etapa já tinha sido ganha por Ben Healy, que entrara numa numerosa fuga e se isolara na primeira de duas passagens pelo topo de nome curioso, mas a aventura do jovem prodígio da EF Education era eclipsada pelo primeiro ataque a sério entre os candidatos à rosa. Quando Roglic acelerou, foi precisamente o líder do Giro, Andreas Leknessund, o único que o conseguiu seguir. Mas o norueguês viria a perder tempo, ainda mais do que Evenepoel, que tentou mas não conseguiu acompanhar um rival que na véspera considerara “nervoso”. A provocação teve
resposta à altura e, percebe-se agora, outro jogo mental. “Ele disse-me que tinha covid, mas o Roglic é assim. Diz sempre que tem pernas más. Devem ser jogos mentais. O João Almeida também diz que está com problemas nas pernas”, contou Thomas.
Foi precisamente João Almeida a liderar a perseguição ao trio, mantendo o quarto lugar da geral, apesar de ultrapassado por Roglic. Hoje, com 35 km de contrarrelógio individual, já não haverá jogos mentais. Quem tiver pernas, terá de as exibir. Já sem Filippo Ganna, que abandonou... com covid-19.