Conceição “Podíamos ter ganho por um resultado mais folgado”
O treinador do FC Porto enalteceu que a equipa nunca desiste, como ficou provado na receção ao Casa Pia (2-1), em que o golo da reviravolta, de Namaso, só foi obtido nos descontos
A perder ao intervalo, Sérgio Conceição teve uma conversa dura, mas não mexeu de imediato, pois confiava no onze. Sobre o final quente com o banco rival, pediu que as sanções sejam iguais para todos.
A duas jornadas do fim do campeonato, o FC Porto mantém a distância de quatro pontos para o líder Benfica e Sérgio Conceição promete que a luta pelo título será até ao último suspiro. Na receção ao Casa Pia (2-1), elogiou a atitude dos jogadores, após o intervalo.
A equipa só consegue levar os três pontos porque nunca baixou a guarda?
—Faz parte das características da equipa. Na primeira parte houve alguma precipitação da dinâmica em posse, o que fez com que o adversário, extremamente bem organizado, saísse com algum perigo para o contra-ataque, onde tem jogadores que nesse momento são perigosos. Faltou clarividência no último terço. Por vezes queríamos concluir de primeira. Às vezes, podíamos ter alguma calma, mas é compreensível neste momento da época. Ao intervalo, tentámos retificar alguns aspetos na nossa organização ofensiva para criar mais perigo. Correu bem, podíamos ter ganho o jogo por um resultado mais folgado, mas temos de dar mérito à equipa do Filipe, que sabe o que fazer e tem jogadores experientes. Quando caminhamos para o final, a margem de erro é mínima e fica mais difícil... Temos de ser agressivos e intensos, porque os jogadores adversários têm essa postura. Contra nós a média de faltas é sempre maior e temos de estar no máximo para ganhar jogos.
Teve uma intervenção longa no balneário, mas não mexeu na equipa…
—São conversas entre treinador e jogadores, que não vou partilhar agora. O onze que entrou é competente e tem toda a capacidade para ganhar ao Casa Pia. Ajustámos algumas coisas, foi uma conversa séria, franca, leal. Precisávamos de outras coisas no último terço. A entrada do Veron foi importante e dos outros três jogadores também. Fiquei muito contente com a atitude dos jogadores. Não é fácil jogar depois dos rivais e nós representamos um clube que nunca desiste, nunca atira a toalha ao chão… Estamos aqui para dar luta até ao último momento do campeonato. Foi assim que fizemos comigo nos últimos seis anos.
Veron tinha poucos minutos. Como explica a sua influência?
—Não damos nada a ninguém. Quando achamos que o jogador está a perceber o que nós queremos, que está bem física e emocionalmente, que sabe o que é representar o FC Porto em termos de atitude... A partir daí, é uma questão de escolha do momento. Hoje correu bem, os jogadores têm de estar disponíveis. O desespero é meu, porque não posso contar com eles mais tempo. Desespero deles não tem de haver, são acompanhados por muita gente, não lhes falta nada. Depois, têm de levar comigo. Mas faz parte da evolução deles e da capacidade de perceberem onde estão. O Veron veio do Brasil, com alguns problemas dentro e fora de campo. Tem que haver tempo. Metê-lo maisvezesnãoestandobemaí, sim, eu acabava por queimá-lo, e não é isso que eu quero.
“Podíamos ter ganho o jogo por um resultado mais folgado, mas temos de dar mérito à equipa do Filipe, que sabe o que fazer e tem jogadores experientes”
“Temos de ser agressivos e intensos porque os jogadores adversários têm essa postura. Contra nós a média de faltas é sempre maior”
“O Veron veio do Brasil com alguns problemas dentro e fora de campo. Tem que haver tempo”