O Jogo

Conceição “Podíamos ter ganho por um resultado mais folgado”

O treinador do FC Porto enalteceu que a equipa nunca desiste, como ficou provado na receção ao Casa Pia (2-1), em que o golo da reviravolt­a, de Namaso, só foi obtido nos descontos

- ANDRÉ BASTOS

A perder ao intervalo, Sérgio Conceição teve uma conversa dura, mas não mexeu de imediato, pois confiava no onze. Sobre o final quente com o banco rival, pediu que as sanções sejam iguais para todos.

A duas jornadas do fim do campeonato, o FC Porto mantém a distância de quatro pontos para o líder Benfica e Sérgio Conceição promete que a luta pelo título será até ao último suspiro. Na receção ao Casa Pia (2-1), elogiou a atitude dos jogadores, após o intervalo.

A equipa só consegue levar os três pontos porque nunca baixou a guarda?

—Faz parte das caracterís­ticas da equipa. Na primeira parte houve alguma precipitaç­ão da dinâmica em posse, o que fez com que o adversário, extremamen­te bem organizado, saísse com algum perigo para o contra-ataque, onde tem jogadores que nesse momento são perigosos. Faltou clarividên­cia no último terço. Por vezes queríamos concluir de primeira. Às vezes, podíamos ter alguma calma, mas é compreensí­vel neste momento da época. Ao intervalo, tentámos retificar alguns aspetos na nossa organizaçã­o ofensiva para criar mais perigo. Correu bem, podíamos ter ganho o jogo por um resultado mais folgado, mas temos de dar mérito à equipa do Filipe, que sabe o que fazer e tem jogadores experiente­s. Quando caminhamos para o final, a margem de erro é mínima e fica mais difícil... Temos de ser agressivos e intensos, porque os jogadores adversário­s têm essa postura. Contra nós a média de faltas é sempre maior e temos de estar no máximo para ganhar jogos.

Teve uma intervençã­o longa no balneário, mas não mexeu na equipa…

—São conversas entre treinador e jogadores, que não vou partilhar agora. O onze que entrou é competente e tem toda a capacidade para ganhar ao Casa Pia. Ajustámos algumas coisas, foi uma conversa séria, franca, leal. Precisávam­os de outras coisas no último terço. A entrada do Veron foi importante e dos outros três jogadores também. Fiquei muito contente com a atitude dos jogadores. Não é fácil jogar depois dos rivais e nós representa­mos um clube que nunca desiste, nunca atira a toalha ao chão… Estamos aqui para dar luta até ao último momento do campeonato. Foi assim que fizemos comigo nos últimos seis anos.

Veron tinha poucos minutos. Como explica a sua influência?

—Não damos nada a ninguém. Quando achamos que o jogador está a perceber o que nós queremos, que está bem física e emocionalm­ente, que sabe o que é representa­r o FC Porto em termos de atitude... A partir daí, é uma questão de escolha do momento. Hoje correu bem, os jogadores têm de estar disponívei­s. O desespero é meu, porque não posso contar com eles mais tempo. Desespero deles não tem de haver, são acompanhad­os por muita gente, não lhes falta nada. Depois, têm de levar comigo. Mas faz parte da evolução deles e da capacidade de perceberem onde estão. O Veron veio do Brasil, com alguns problemas dentro e fora de campo. Tem que haver tempo. Metê-lo maisvezesn­ãoestandob­emaí, sim, eu acabava por queimá-lo, e não é isso que eu quero.

“Podíamos ter ganho o jogo por um resultado mais folgado, mas temos de dar mérito à equipa do Filipe, que sabe o que fazer e tem jogadores experiente­s”

“Temos de ser agressivos e intensos porque os jogadores adversário­s têm essa postura. Contra nós a média de faltas é sempre maior”

“O Veron veio do Brasil com alguns problemas dentro e fora de campo. Tem que haver tempo”

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Sérgio Conceição e Filipe Martins abraçaram-se quando os ânimos serenaram

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