Quando “lutar até ao fim” vira hábito
Depois de ter conseguido o apuramento para a final da Taça no último suspiro do jogo com o Famalicão, o FC Porto voltou ontem a repetir a dose, batendo o Casa Pia no limite do cronómetro e da resistência cardíaca dos adeptos. Sérgio Conceição sempre defendeu que a equipa iria “lutar até ao fim” pelo campeonato, mas até o treinador dos dragões haverá de concordar que o sofrimento a que a equipa tem submetido as bancadas do Dragão era dispensável. Claro que sobra a certeza de que os dragões nunca atiram a toalha, nunca desistem de procurar o resultado que lhes interessa, mas talvez se essa busca começasse desde o primeiro minuto não fosse preciso esperar pelo último para o encontrar, com tudo o que isso implica em termos de desgaste físico e emocional. Aliás, se houvesse dúvidas sobre isso, o estado em que Galeno terminou o jogo de ontem seria o suficiente para as afastar. Esgotado ou não, a verdade é que o FC Porto arrancou ao fundo da alma a vitória de ontem. Haverá quem a classifique como importante para, pelo menos, adiar a cada vez mais provável festa do título pelo Benfica. Os portistas mais otimistas até alimentarão a esperança de ver os encarnados desperdiçarem os quatro pontos de vantagem com que entram para as últimas duas jornadas. Mas os mais pragmáticos percebem que a vitória de ontem, mantendo vivo o sonho da revalidação do título, mantém sobretudo o Braga a cinco pontos de distância, deixando praticamente assegurado o segundo lugar e o acesso direto à Liga dos Campeões, com tudo o que isso implica em termos financeiros e de planeamento para a próxima época. No limite, acabar à frente dos minhotos no campeonato pode até ser uma boa vitamina para a final da Taça. Mas essas são contas para fazer mais adiante.
O FC Porto voltou a ter de ir ao fundo da alma, e da resistência física, buscar a vitória que mantém aberta a corrida pelo título e praticamente fechada a discussão pelo segundo lugar.