Um braço direito difícil de amputar
A apresentação dos resultados do empréstimo obrigacionista do Benfica terá sido o último ato de Domingos Soares de Oliveira na Luz. A menos que o que era verdade em março seja mentira agora...
Não deixou de ser curioso ver Domingos Soares de Oliveira apresentar os resultados do empréstimo obrigacionista lançado pela SAD do Benfica. Desde logo porque o prazo do empréstimo é de três anos e o de Domingos Soares de OIiveira enquanto administrador da SAD é de algumas semanas. Pelo menos era. A ter como certa a informação saída a reunião dos órgãos sociais do Benfica do início de março, onde Rui Costa foi finalmente convencido a afastar o CO-CEO na sequência da acusação de que este foi alvo no processo Saco Azul, Soares de Oliveira sairia no final da época. Uma informação que nunca foi desmentida, sublinhe-se. Claro que todos sabemos como, no futebol, o que em março era verdade, em maio pode ser mentira. Aliás, quase todo o discurso do administrador na Euronext foi pronunciado no futuro, onde supostamente não estará, e no plural majestático, com o “nós” a incluir a restante administração da SAD presente na plateia e onde, supõe-se, estariam alguns dos que ameaçaram bater com a porta se Rui Costa não a fechasse a Soares de Oliveira. Seja como for, o facto de ter sido o administrador a prazo a apresentar os excelentes resultados do empréstimo obrigacionista que ele próprio desenhou diz alguma coisa sobre o peso que ainda tem no clube. E mais ainda sobre o desafio que será para Rui Costa - usando uma analogia futebolística - substituí-lo sem perdas de rendimento. É que olha-se para o banco onde se senta o resto da administração e percebe-se que, muito provavelmente, vai ser preciso ir ao mercado.