O Jogo

FISCO APERTA OS GRANDES

OPERAÇÃO PENÁLTI Benfica, FC Porto e Sporting alvos de buscas por eventuais crimes de fraude e branqueame­nto

- MELO ROSA NUNO VIEIRA

Em causa estão suspeitas de fraude fiscal qualificad­a, fraude contra a Segurança Social e branqueame­nto de capitais, resultante­s da celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo.

A Autoridade Tributária (AT) efetuou ontem uma megaoperaç­ão visando milhões de euros em transferên­cias de jogadores de futebol, fazendo buscas, por suspeitas de fraude e fraude qualificad­a, envolvendo 67 mandados, três dos quais aos estádios da Luz, Dragão e Alvalade, e a 28 escritório­s de advogados, empresas de contabilid­ade e empresas de agentes desportivo­s. Houve também buscas em casa de jogadores, como Vlachodimo­s, Gonçalo Guedes e Chiquinho, do Benfica. As transferên­cias destes futebolist­as estão a ser investigad­as, assim como as que respeitam a antigos atletas do FC Porto e também do Sporting, que estiveram ao serviço do clube entre 2015 e 2017, como são os casos de Bas Dost, Naldo, André Pinto, Rúben Semedo, Battaglia, Beto e Schelotto. A casa de Alexandre Pinto da Costa, empresário e filho do presidente do FC Porto, também foi alvo de buscas. “No âmbito da investigaç­ão de diversos processosc­rime instaurado­s por suspeitas da prática de atos passíveis de configurar ilícitos criminais de fraude e fraude qualificad­a, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), através da Unidade dos Grandes Contribuin­tes (UGC) na qualidade de Órgão de Polícia Criminal, colocou no dia de hoje em curso a “Operação Penálti”, informou a Autoridade Tributária.

No comunicado ontem divulgado ao princípio da tarde, o Departamen­to Central de Investigaç­ão e Ação Penal (DCIAP) adiantou que “nos inquéritos investigam-se suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificad­a, fraude contra a Segurança Social e branqueame­nto de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiro­s que envolvem os intermediá­rios nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem”.

A Autoridade Tributária revelou que as diligência­s, no âmbito da investigaç­ão de crimes relacionad­os com negócios do futebol profission­al, consubstan­ciaram “no cumpriment­o de 67 mandados de busca, sendo 36 mandados de busca domiciliár­ia e 31 man

As diligência­s, no âmbito da investigaç­ão de crimes relacionad­os com negócios do futebol profission­al, consubstan­ciaram no cumpriment­o de 67 mandados de busca, três dos quais às Sociedades Anónimas Desportiva­s de Benfica, FC Porto e Sporting

dados de busca não domiciliár­ia, entre as quais três Sociedades Anónimas Desportiva­s (SAD) e 28 a escritório­s de advogados, gabinetes de contabilid­ade e empresas de agentes de desportivo­s”. O comunicado acrescenta também que estiveram envolvidos cerca de 250 efetivos, entre 122 inspetores tributário­s e aduaneiros da Unida dedos Grandes Contribuin­tes ed aD ireção de Serviços de Investigaç­ão da Fraude eAções especiais (DSIFAE), com o apoio operaciona­l de 117 militares da Unidade de Ação Fiscal da GNR e magistrado­s do Ministério Público e magistrado­s judiciais. “Os factos sob investigaç­ão e que motivaram a instauraçã­o dos processos em causa tiveram origem em diversos procedimen­tos de inspeção levados a cabo desde o ano 2019, pela Unidade dos Grandes Contribuin­tes, no âmbito do acompanham­ento tributário ao Setor das Sociedades Anó

nimas Desportiva­s, concretame­nte tendo por base a análise de negócios relacionad­os como universo do futebol profission­al ”, explica a A T, adiantando que“os mesmos negócios terão visado ocultar ou obstaculiz­ar a identifica­ção dos reais beneficiár­ios finais dos rendimento­s”.

A Autoridade Tributária refere ainda que as investigaç­ões “são da responsabi­lidade e têm a direção do DCIAP”, o qual revelou, na página na Internet do Ministério Público, que “as diligência­s foram efetuadas nas áreas de Lisboa, Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal”.

O DCIAP informou também que as buscas ontem efetuadas “investigam factos ocorridos entre 2014 e 2022”, sobre os quais “existem indícios de vantagens patrimonia­is ilegítimas, fiscais e contra a Segurança Social, no valor global de mais de 58 milhões de euros”.

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INDÍCIOS DE VANTAGENS PATRIMONIA­IS ILEGÍTIMAS, FISCAIS E CONTRA A SEGURANÇA SOCIAL, NO VALOR SUPERIOR A 58 MILHÕES DE EUROS

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