BESSA É UM SARILHO NA CHEGADA À META
BRAGA A corrida acelerada pela Champions entra na curva decisiva num palco que apresenta uma história traiçoeira e desafiante
Braga quer carimbar acesso às pré-eliminatórias e afastar de vez a ameaça Sporting, mas sabe que jogar fora com o Boavista equivale, praticamente, a visitar um grande do futebol português.
Depois da grande prova de vida, reforço súbito de alma é caráter para ultrapassar a ameaça de um empate do Santa Clara naPedreira (3-3, já perto do final, com resposta pronta até ao 5-3), o Braga confronta-se com noventa minutos que podem decidir a classificação na época, na perspetiva de segurança absoluta no terceiro lugar e o seu impactante significado de Champions, de olhar guloso para a montra que mais faz acelerar o batimento cardíaco dos atletas.
A visita ao Bessa é um ensaio para o regresso dos minhotos ao mundo encantado dos milhões, recuperando as sensações de Champions vividas em 2010/11 e 2012/13, também dobrando as dificuldades sugeridas pelos adversários das pré-eliminatórias, como foram Celtic e Sevilha (10/11) e Udinese (12/13). A vitória garante ao Braga esse passaporte milionário, nada valendo ao Sporting qualquer assomo de grandeza no clássico, suportando o sucesso de um treinador como Artur Jorge, a liderança de António Salvador e a coesão de um grupo.
Para o Braga, passar pelo Boavista no Bessa é trajeto com mais espinhos do que rosas, tormentos que persistem desde o regresso das panteras ao convívio dos grandes, cenário com nove épocas. Falando,
lá está, de um Boavista bem mais fragilizado relativamente ao que competiu nos anos 80, 90 e início do século, com coroa de campeão em 2000/01. Mesmo um Braga poderoso,vestindosucessivamente pele de protagonista em rasteiras aos grandes e desafiando o topo da hierarquia, nunca experimentou supremacia no Bessa, palco que tem levantado dificuldades muito semelhantes a idas à Luz e Alvalade. A tabela ao lado comprova isso, com apenas duas vitórias dos minhotos no forte axadrezado em oito épocas, havendo uma perda de pontos apenas inferior às deslocações aos redutos dos três grandes. Além dos tropeções no Bessa na Liga, não esquecer o impiedoso 5-1 aplicado pelo Boavista ao Braga de Carvalhal na Taça da Liga.