O Jogo

Não ao FC Porto e cláusula única

CONVITES Bruno Alves recusou proposta para jogar na equipa B porque sentia que ainda estava bem

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Colocada de parte a possibilid­ade de regressar ao FC Porto, assinou pelo Famalicão e ficou com uma cláusula que o impedia de jogar noutro clube em Portugal, acabando por ir para o Apollon Smyrnis.

Bruno Alves podia ter acabado a carreira no FC Porto ou no Parma, mas pendurou as botas na Grécia, depois de uma experiênci­a no Famalicão.

Terminou a carreira com 40 anos no Apollon. Não recebeu convites de clubes portuguese­s?

—Foi tudo muito rápido. Estava no Famalicão, com quem tinha dois anos de contrato, e rescindi. No Famalicão tinha uma cláusula que não me permitia jogar em Portugal. Na altura até achei correta essa cláusula, porque, se saísse, não fazia sentido defrontálo­s. Quando saí, decidi não continuar em Portugal. No dia em que fui convidado para ir para a Federação Portuguesa de Futebol, recebi a proposta do Apollon para continuar a jogar futebol e preferi prolongar a carreira. A transferên­cia para o Apollon proporcion­oume a vinda para o AEK, porque, quando os defrontei, os adeptos deram-me grande ovação e os dirigentes entenderam que eu podia ser importante para o clube. No final da temporada convidaram-me para diretor-desportivo. Tudo na vida tem uma razão de ser. Tinha o objetivo de acabar aos 40 anos, porque sentia-me em perfeitas condições físicas, até porque, durante os três anos que estive no Parma, tive momentos muito bons. Tinha acabado de jogar na Série A contra grandes jogadores como o Cristiano [Ronaldo], Lukaku e Ibrahimovi­c, e sentia que podia continuar a jogar. A minha saída do Famalicão foi muito rápida e não deu tempo para me preparar.

A que se deveu essa saída?

—Houve uma diferença de pensamento e não funcionou, mas saí a bem e sem estar chateado com ninguém. A rescisão aconteceu sem ressentime­ntos. Ficou o respeito.

No verão de 2021 foi noticiado o interesse do FC

Porto para jogar na equipa B. Confirma esse convite?

—Confirmo. Não aconteceu porque, na altura, tive também a proposta do Famalicão, mas a do FC Porto era para jogar na equipa B. Eu queria competir e achava que ainda tinha condições para jogar na I Liga, apesar de estar com 39 anos. Disse às pessoas do FC Porto que, se me quisessem no plantel principal, até podia ser o último central e podia jogar na equipa B, mas gostava de disputar uma posição e de estar no plantel principal, porque achava que ainda tinha condições para jogar no escalão principal. Isso não foi possível e compreendo, mas estarei sempre agradecido ao FC Porto, proporcion­ou-me oportunida­des, ajudou-me e valorizou-me. O FC Porto foi sempre muito importante na minha vida, sinto um carinho enorme pelo clube. Vou ter sempre o FC Porto no coração, os meus filhos são apaixonado­s pelo clube ainda há pouco tempo estive no Dragão a ver o jogo contra o Santa Clara. Sempre que entro naquele estádio vivo muitas emoções. Foi muito tempo, muitas amizades. Estarei sempre grato.

O convite era para depois iniciar outras funções na estrutura do clube?

—Provavelme­nte, quando acabasse a carreira, podia iniciar outras funções, mas o convite era só para jogar na equipa B para estar com os mais jovens e passar-lhes alguns valores. Até achei o convite interessan­te, mas eu queria continuar a jogar e fui para o Famalicão, onde, curiosamen­te, joguei com três filhos de ex companheir­os: o filho do Pena [Pablo], do Paulo Assunção [Gustavo Assunção] e do Ricardo Silva [Cláudio Silva]. Fiquei ainda muito amigo do Ivo Rodrigues. Ele tinha vindo da formação do FC Porto disseme que, quando eu jogava no clube, ele era apanha-bolas. Dizia-me até com que chuteiras é que eu jogava de ano para ano. Até nisso a minha passagem pelo Famalicão foi boa.

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