WRC: poupar para renascer
Vem aí um limite de custos para atrair novos fabricantes, que concorram com Toyota, Hyundai e Ford
No fim do Rali de Portugal, Neuville lembrou serem necessárias mudanças num Mundial de dois campeonatos: um carro de Rally1 custa um milhão de euros, os de Rally2 andam pelos 200 mil.
“Uma marca de automóveis está mais interessada em gastar dinheiro em marketing do que num pistão a um preço louco para reduzir dez gramas de peso”, disse Xavier Mestelan Pinon, diretor técnico da FIA, quando confrontado pelo “Motorsport” a propósito das declarações de Thierry Neuville no início do Rali de Portugal. O belga pediu mudanças para que o WRC possa atrair mais fãs e novos fabricantes e, para já, viu ser agendada para o Rali da Sardenha uma reunião em que a criação de um limite de custos será um dos temas.
Está prevista uma alteração aprimorada dos regulamentos do Rally1 a partir de 2025, que em parte depende da renovação de um contrato com o atual fornecedor dos híbridos, a Compact Dynamics, que expira no final de 2024, ou o recurso a um novo fornecedor. A FIA tem conversado com os fabricantes sobre os próximos passos, incluindo as opções de futuro entre energia elétrica ou de hidrogénio. Durante o Rali de Portugal já teve lugar uma reunião entre o promotor do WRC, a FIA e as equipas, e a curto prazo a dúvida estende-se ao nome de um próximo construtor que pode entrar, ou não, no Mundial.
Cada carro que
Toyota,
Hyundai e Ford (esta tendo uma equipa semi-oficial) colocam em prova tem um custo aproximado de um milhão de euros. No escalão seguinte, o WRC2, o valor é pouco superior a 200 mil euros. É esta diferença que permite a Pinon concluir que “se os custos da tecnologia puderem ser reduzidos, será benéfico para os fabricantes, que pretendem um maior retorno do investimento ao competirem no WRC”. A perspetiva de um limite de custos é um “tópico importante para as marcas em potencial, considerando um futuro programa”, adiantou o dirigente, que diz tratar-se de uma “boa opção, já muito relevante na F1 e na Fórmula E, e que está em cima da mesa”.
“Por aquilo que sinto, o WRC está a atravessar um período crítico”
Thierry Neuville Piloto da Hyundai Motorsport