Rui Barros e a nega às gasolineiras
Avançado recorda o episódio de assédio do Sporting e exibição na Supertaça com o Ajax
De “Speedy Gonzalez a Formiga Atómica”, Rui Barros recebeu vários apelidos ao longo de 16 anos de uma carreira que o levou até Itália (Juventus) e França (Mónaco/ Marselha), mas em que o FC Porto esteve sempre presente. Dos insucessos nas captações à alegria do Penta, o exavançado passou em revista todo o percurso no futebol no programa “A hora dos craques”, de Maniche, lembrando o episódio em que foi assediado pelo Sporting. “O Sr. Sousa Cintra ligava-me para assinar e eu dizia que não queria. Um dia disse-me: ‘Não tens hipótese. Já paguei o teu passe ao Mónaco. Ou vens para o Sporting ou não vais para clube nenhum’. Reuni com ele em Lisboa e, à segunda vez, meteu os jornalistas à porta do hotel para me pressionar. Liguei ao Luciano [D’Onofrio] para falar com o presidente Pinto da Costa e o presidente disse: ‘Nem penses. Nós vamos fazer as coisas. Não te preocupes’. Quando digo que não assino e venho embora, foi uma desilusão para o homem, que me dava tudo. Tinha um contrato fabuloso. Dava-me uma ou duas bombas de gasolina. Na altura era a moda... [risos]”, descreveu Rui Barros, admitindo que tinha “vergonha de Artur Jorge” quando saiu dos juniores do FC Porto, que partilhar o balneário com os campeões europeus de 1987 “era assustador” para um jovem tímido e que o golo ao Ajax, na Supertaça, foi “um dos mais marcantes” que fez. “Ainda bem que o marquei, porque, se tivéssemos empatado ou perdido, davam-me cabo da cabeça. É que além deste golo, falhei para aí uns dois ou três idênticos”, lembrou.