A força nasce na competição interna
Em meados dos anos 80 e na década de 90, a Serie A era a mais desejada por todo e qualquer jogador de elite. Fora dos três grandes do Norte, Juventus, Milan e Inter, não faltaram grandes nomes em clubes de outra dimensão. Zico (Udinese), Falcão (Roma), Socrates (Fiorentina), Junior (Torino), Batistuta (Fiorentina), Caniggia (Atalanta), Francescoli (Cagliari), apenas alguns exemplos da dificuldade que era entrar na Liga com maior “glamour”, à época.
Na memória de todos está o legado de Arrigo Sacchi, ele que fora a surpreendente aposta de Silvio Berlusconi em Fevereiro de 1986, data da sua chegada aos “rossoneri”. Um trio de holandeses, Marco van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard, deu corpo a um projeto futebolístico com traços vincados de uma eficácia arrasadora e de uma beleza inolvidável.
Que dizer do Nápoles,de Maradona, Careca e Alemão? Da Juventus, de Platini e Boniek? Do Inter de Milão, com Brehme, Matthaeus e Klismann? Do Parma, com Fernando Couto, Brolin e Asprilla? Era Itália no esplendor de um poder arrebatador, que ditava leis na Europa.
Hoje, os tempos são outros e a Série A tem a concorrência da Premier League, La Liga, Bundesliga e Ligue 1, prevalecendo outros atributos competitivos. É difícil ter sucesso em Itália sem rigor tático, intensidade e estrutura física. Obviamente, existirão sempre exceções e muitos recordam a plasticidade do jogo de Maurizio Sarri com o Nápoles, onde Callejón, Mertens e Insigne ensaboavam o juízo aos antagonistas. Mas... não ganhou. Essa glória ficou para Luciano Spaletti.
A força das equipas italianas na Europa nasce na competitividade da competição interna. Arrisco a dizer que Roma e Fiorentina tiveram uma dúzia de jogos na Serie A com um grau de dificuldade superior a qualquer um dos que efetuaram na Liga Europa e na Conference League de 2022/23. A valia intrínseca das equipas, a sagacidade dos treinadores, a preparação e competência dos diretores desportivos é patente e justifica a Renascença.
Arrisco a dizer que as equipas da Roma e da Fiorentina tiveram uma dúzia de jogos na Serie A com um grau de dificuldade superior a qualquer um dos que efetuaram na Liga Europa e na Conference League de 2022/23