TODOS JUNTOS QUE É MAIS SEGURO...
Einer Rubio venceu isolado uma etapa alpina reduzida a 74 km e Almeida manteve o terceiro lugar
Mais de 90% dos ciclistas votaram pela redução da etapa devido ao “clima extremo” e no grupo dos favoritos ninguém atacou a sério. “Querem-me de rosa mais uns dias”, brincou Geraint Thomas.
A Volta a Itália poderá ter um teste de forças amanhã, nas seis subidas a caminho de Bérgamo, mas a verdadeira luta entre os candidatos ao triunfo final ficou adiada para a terceira semana, depois de a etapa alpina que muito prometia ter sido encurtada para 74,6 km, com Geraint Thomas, Primoz Roglic e João Almeida a passarem todo o tempo à boleia do “comboio” da Ineos, mantendo as posições na geral. O festejo do dia ficou para Einer Rubio, colombiano da Movistar que foi o sexto a vencer em fuga neste Giro.
O dia, chuvoso como a maioria desta edição, abriu com um princípio de polémica: os ciclistas, insatisfeitos com a redução de 207 para 199 km, pois continuavam obrigados a subir (e descer) um Gran San Bernardo coberto de neve, impuseram uma redução para 74,6 km, apenas em território suíço e escalando-se Croix de Coeur e Crans-Montana. As duas montanhas tiveram a verdadeira ação limitada à fuga, na qual Einer Rubio deixou Thibaut Pinot e Jefferson Cepeda travarem um duelo mal humorado, reservando forças para atacar a 400 metros da meta.
“Na descida fomos cautelosos e a subida final não era assim tão dura”, comentou João Almeida, num verdadeiro resumo da passividade entre os homens mais fortes, que continuam a reservar forças para a semana dos Dolomitas. O mau tempo tem deixado muitos ciclistas desgastados e doentes – ontem não alinhou Mads Pedersen, um dos sprinters mais fortes, por passar a noite com tosse e dores de garganta –, o que explica parte das precauções. O controlo da Ineos, que recuperou os seus bons tempos do “comboio” que domina o pelotão, completa as justificações.
“Esperava alguns grandes ataques no final, mas estava vento e parece que o Primoz está contente por me deixar com a camisola mais uns dias e sermos nós a controlar a corrida. Ele vai esperar o seu momento”, afirmou Geraint Thomas, um líder experiente, que se limitou a gerir a diferença para Thibaut Pinot, fugitivo que subiu a décimo da geral.
O único ataque no grupo dos favoritos – apesar de tudo reduzido a sete homens na meta – foi de Damiano Caruso, a dois quilómetros do fim e sem qualquer efeito. Acabou por ser João Almeida o mais rápido, na sétima posição da etapa, e mostrando a Thomas e Roglic que têm de contar com ele. O português teve o apoio de McNulty, Ulissi e Formolo ao longo das duas subidas, mas não de Jay Vine. Provando o seu desinteresse, o australiano ficou cedo para trás e chegou 21 minutos depois.
“Na descida fomos cautelosos e a subida final não era assim tão dura”
João Almeida UAE Team Emirates
“Não permitimos grandes ataque, mas o Primoz parece feliz por me manter de rosa”
Geraint Thomas Ineos Grenadiers