O Jogo

Não oferecido

- Entregue mas

Penúltima jornada e tudo por decidir. Se o Sporting fizer a sua parte, evitando que o Benfica recrie em Alvalade o seu salão de festas, as contas do título só se irão fechar na recepção das águias continenta­is às águias açoreanas (entretanto, já despromovi­das) e na visita do V. Guimarães (a lutar com o Arouca por um lugar europeu) ao terreno do Dragão. Ou seja, o título nacional está entregue mas o FC Porto não o ofereceu. Não nesta recta final, pelo menos. Em 2019, segundo ano de Sérgio Conceição no FC Porto, o Benfica só precisava de empatar na Luz com o Santa Clara, também na última jornada, para ser campeão. Quatro anos depois, caso hoje seja batido pelo Sporting, deverá precisar de ganhar o jogo final. Há uma emoção que pode condiciona­r a contenda e que se liga à soberba: O Benfica, não tendo conseguido evitar que a Luz fosse, uma vez mais, o salão de festas do FC Porto, não quererá perder a oportunida­de de festejar na casa do rival de Lisboa. E essa possibilid­ade entrega ao clássico uma carga emotiva que poderá lançar o jogo em bases explosivas. O Sporting, ainda com hipóteses de chegar ao terceiro lugar (após o escorregão do Braga no Bessa), não terá o perdão dos adeptos em caso de incompetên­cia e um empate não interessa. O empate só adia uma festa. Curto para tanto gozo alheio em vizinhança de segunda circular.

O Benfica, se evitar a tentação de alugar um salão de festas na cidade, poderá jogar para o empate. Assim sendo, bastaria um ponto na última jornada. Foi já evitado o pior dos cenários, aquele que faria do Benfica campeão sem precisar de somar pontos na última jornada face à simples manutenção da diferença de golos. Essa festa de uma semana à espera de um final antecipado não acontecerá porque o FC Porto foi capaz de honrar o emblema e chegar à nona vitória consecutiv­a nesta recta final de época. Extraordin­ário para uma equipa que se viu a mais de uma dezena de pontos do primeiro lugar e dá luta até ao fim. A atmosfera para a final da Taça de Portugal é vivida com expectativ­a e, como se viu em Famalicão, num ambiente saudável e de conquista.

Num ano em que o campeão nacional quase recorre ao “photo-finish”, percebe-se como o título se decidiu na dimensão de uma ou duas jornadas. Olhar para alguns dos pontos perdidos é, agora, mais amargo. Certo é que ninguém perde um campeonato na última jornada a jogar em casa. Definitivo é que, antes, só o Sporting pode oferecer o que o FC Porto já entregou.

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