O Jogo

CHAMPANHE VOLTOU PARA O FRIGORÍFIC­O

ADIADO Primeira parte de luxo do Sporting rendeu dois golos. Benfica reagiu na segunda, após a subida de Aursnes no terreno. Um ponto pode bastar para o título

- Textos SÉRGIO ANDRÉ

Resultado do dérbi deixou uma marca mais profunda nos leões, que já não podem sonhar com a presença na próxima edição da Liga dos campeões. Encarnados têm mais um match-point.

●●● O empate (2-2) no dérbi não esgotou o prazo do Benfica para validar o troféu de campeão, mas acelerou um bocadinho mais o ritmo cardíaco dos adeptos que terão de esperar mais uma semana para perceberse o38.ºtí tu locai na Luz ou se segue outra vez para o Dragão. A ansiedade sobe ao ritmo da inflação e, apesar da inquestion­ável dose de favoritism­o para o derradeiro jogo da temporada, contra o despromovi­do Santa Clara, a verdade é que não há vencedores antecipado­s. Um ponto poderá até chegar ao Benfica para garantir a conquista do título 2022/23.

Quiso destino, ou, para quem acredita nestas coisas, que os astros se alinhassem e os encarnados tentassem o primeiro match-point em terreno adverso, casa do eterno rival. A bola caiu um bocadinho para lá da linha, mas mesmo só um bocadinho porque a águia continua super favorita na corrida ao troféu mais apetecível a nível nacional. Neste duelo quem se queimou foi o Sporting, que viu esfumar-se a réstia de esperança em relação à presença na próxima edição da Liga dos Campeões, entregando em bandeja o lugar ao Braga. Fica apenas o bálsamo de ter evitado que o eterno rival comemorass­e nas suas barbas.

E nada fazia prever uma queda tão acentuada na segunda parte, depois de uns primeiros 45’ de qualidade superior, talvez até os melhores da temporada. O Sporting banalizou o adversário, não o deixou tocar na bola, pressionou alto, ganhou praticamen­te todos os duelos, foi agressivo na abordagem dos lances e marcou dois golos, por Trincão e Diomande – não espantaria se tivesse havido um terceiro, tal o ascendente sobre o Benfica.

Ugarte e Morita dominaram no miolo, engolindo Chiquinhoe João Neves. Nuno Santos e Esgaio, nos corredores, projetaram-se no ataque com frequência, criando inúmeros desequilíb­rios. O ataque móvel, com Pedro Gonçalves, Trincão e Edwards, embora nem todos na mesma dimensão e com o mesmo rendimento, baralhava a defesa adversária. Os adeptos gostavam daquilo a que os brasileiro­s apelidam de“chocolate ”. Amorim, no comando do quarto classifica­do, arrasava o líder.

A equipa viria, no entanto, a pagar uma fatura pesada no segundo tempo, até porque as alterações promovidas pelo técnico não resultaram, embora Paulinho tenha tido uma oportunida­de clara para dilatara vantagem.

Roger Schmidt confirmou a dificuldad­e na preparação dos jogos grandes, mas acabou por reagir a tempo. João Mário ficou no balneário ao intervalo, numa decisão acertada, Bah surgiu para fechar à direita e Aursnes voltou a assumir o seu papel no meio-campo/ataque. A equipa equilibrou-se com os reajustes. O internacio­nal norueguês passou a controlar as operações no meio-campo e a surgir com oportunida­de no ataque e, lentamente, os encarnados foram empurrando o rival para a sua área, já com a preciosa ajuda de Musa e Guedes. Aursnes reduziu num desvio de cabeça e, ao cair do pano, João Neves, num lance confuso dentro da área, empatou. Um ponto que deixa as águias mais tranquilas na abordagem do último jogo do campeonato. O champanhe terá de ficar no frigorífic­o mais uma semana e depois logo se vê...

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Diomande desarma Gonçalo Guedes

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