Uma vitória com lágrimas
Paços de Ferreira entrou em campo com a descida de divisão confirmada e deu tudo para amenizar a dor dos seus adeptos, conseguindo um triunfo inteiramente justo
Numa partida que nada decidia, mas bem desinibida ofensivamente, aos três minutos já se tinham visto dois golos, um para cada lado. Pacenses foram melhores que o Rio Ave na segunda parte.
ANDRÉ VELOSO GOMES
Dois dias após ver confirmada ●●● a descida de divisão devido ao triunfo do Marítimo, o Paços de Ferreira despediuse dos seus adeptos com um triunfo sobre o Rio Ave e, ainda que de nada valesse, mostrou
dignidade em campo, ficando, contudo, a sensação de que tudo poderia ter sido diferente caso a equipa tivesse mostrado sempre esta competitividade.
Numa altura em que os espectadores ainda se acomodavam nos lugares, com apenas 33 segundos de jogo, os pacenses marcaram no primeiro ataque: após uma grande triangulação e um cruzamento rasteiro perfeito, na esquerda, de Uilton, que saiu lesionado do lance e foi substituído, Thomas surgiu ao segundo poste
e abriu o marcador. A equipa da casa quase não teve tempo para festejar, já que, aos três minutos, após uma combinação entre Vítor Gomes e Costinha, o central Patrick William rematou de primeira para o empate. Sem amarras defensivas, as duas equipas criaram vários lances perigosos até ao intervalo, destacando-se, então, os dois guardaredes, especialmente Marafona, que brilhou com duas defesas de alto nível.
Mais decididos e com espírito de conquista, os comandados de César Peixoto entraram com tudo na segunda parte e marcaram cedo num autogolo de Aderllan Santos após remate de Gaitán. O Rio Ave demorou a reagir e apenas aos 61’, por intermédio de Costinha, ameaçou de meia distância, voltando a destacar-se Marafona. Em risco total, e permitindo contra-ataques ameaçadores dos pacenses, a formação vila-condense deu tudo pelo empate, mas faltou-lhe discernimento no último terço e, quando Costinha fez penálti sobre Tiago Ribeiro, convertida por Guedes, ficaram completamente desfeitas as dúvidas quanto ao vencedor. Uma vitória amarga.
“Queríamos cair de pé, com dignidade e orgulho, mas esta vitória foi amarga. Fizemos uma boa segunda volta, mas a primeira foi muito má”
César Peixoto Treinador do Paços de Ferreira
“Para ganhar jogos, não podemos sofrer três golos. Sem bola, temos de ter mais concentração e outra mentalidade” Luís Freire Treinador do Rio Ave