A incompetência não merece desculpa
A águia sobreviveu ao trauma psicológico e saiu de Alvalade por cima. Mas tremeu muito, talvez devido aos equívocos de Schmidt, que são admissíveis e discutíveis. O mesmo não se aplica ao erro do VAR.
OBenfica tremeu como varas verdes em Alvalade, falhando o primeiro match-point na corrida pelo título, que, por tudo o que o FC Porto fez, merece bem ser decidido na última jornada da Liga. Os primeiros estão agora separados por dois pontos, mas pela primeira vez em muitas rondas o alinhamento é favorável às águias, uma vez que os dragões recebem o Vitória de Guimarães e o líder o Santa Clara, último classificado e já despromovido.
A batalha de Alvalade teve de tudo. Até o que dispensávamos bem. Mais um erro de arbitragem com influência direta no desfecho do encontro. João Pinheiro e o auxiliar dificilmente poderiam ter visto. Já quem está sentado numa sala com os monitores à frente não merece desculpa. A incompetência não pode continuar a transformar um instrumento tão válido como o VAR num catalisador de polémica, quando o objetivo da sua introdução foi precisamente o oposto.
Contas feitas, a probabilidade de o Benfica ser campeão é muito grande. Também seria se tivesse perdido, como parecia destinado a acontecer, depois daquela primeira parte arrasadora do Sporting. Bastou a Schmidt devolver o melhor médio do plantel pósEnzo – Aursnes, esse tapa-buracos que o alemão transforma em cratera na direita da defesa – ao meio-campo para as águias dominarem toda a segunda metade, empurrando o jogo e o adversário para a outra área. Este foi também o dia em que o técnico do Benfica lá admitiu que ter os fantasmas João Mário e Gonçalo Ramos em campo não é obrigatório. Ou se calhar é, o alemão lá saberá porquê.