O Jogo

“HÁ COISAS SURREAIS”

Treinador português, de 50 anos, conduziu o Al Hazem à I Liga da Arábia Saudita e pode sagrar-se vice-campeão da II liga, numa época marcada por vários problemas

- MANUEL CASACA

Num país que acolheu Cristiano Ronaldo e onde o dinheiro não parece problema, o técnico luso contou a O JOGO que a sua equipa chegou a ter vários meses de salários em atraso.

Filipe Gouveia festejou a subida à I Liga saudita no comando do Al Hazem, que pode sagrar-se vice-campeão segunda-feira, na última jornada. Uma prenda para o treinador que comemorou os 50 anos no passado dia 12. Em entrevista a O JOGO, o antigo médio contou os episódios de uma época que foi uma verdadeira montanha russa.

A subida estava nos planos ou correram por fora?

—O objetivo sempre foi a subida. Na época passada desceram duas equipas que já todos davam como garantidos nos lugares da subida, Al Ahli, uma equipa fortíssima e que, em 2015/16 foi campeã da I liga, e o Al Faisaly. Depois estava a nossa equipa,

Emoção: que também tinha descido e que queria voltar à I liga. Subimos num contexto muito difícil, com muitos problemas longo da época.

Filipe Gouveia festejou Saudita a subida à I Liga da Arábia

Quais problemas?

—Tivemos salários em atraso, mas felizmente o grupo foi forte e deu a volta à situação. A partir de dezembro o nosso presidente ajudou muito, porque contratámo­s quatro jogadores. Na primeira volta fomos a única equipa que teve apenas dois jogadores estrangeir­os, o Ola John e o Luka Stojanovic. Com a chegada dos reforços melhorámos a qualidade, mas essencialm­ente o espírito de grupo. Os jogadores sauditas têm muita dificuldad­e em serem profission­ais, em descansar e com tudo aquilo que está relacionad­o com um atleta de alto rendimento. Desse ponto de vista, os jogadores estrangeir­os são muito importante­s. A vinda do Cristiano Ronaldo foi boa, pelo jogador e pelo profission­al que é. Os sauditas percebem que é preciso mais profission­alismo, não chega só ter dinheiro.

A ideia que existe é que

ao

não há problemas financeiro­s na Arábia Saudita...

—Os problemas financeiro­s não acontecera­m apenas no Al Hazem, mas em praticamen­te todos os clubes. Tem a ver com o Governo. Podem atrasar o pagamento durante dois ou três meses, mas acabam por pagar. Este ano foi demais e tivemos vários meses em atraso. Quando acontecem esses atrasos,ojogadorsa­uditacompl­ica

“O presidente já manifestou interesse na minha continuida­de”

Filipe Gouveia Treinador do Al Hazem

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