O Jogo

“Homenagem ao meu pai, meu ídolo e meu amigo”

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um bocadinho...

O Al Hazem é um clube de I ou II liga?

—Tem historial de I liga, mas não é de ficar mais do que dois anos no mesmo escalão. Quando o presidente me convidou foi para subirmos e sustentarm­os o clube na I liga. Na Arábia Saudita isso é quase impossível (risos).

Impossível porquê?

— Vou dar um exemplo. Estive dois anos seguidos no AlJabalain e, nos dois anos seguintes, eles tiveram 12 treinadore­s. Para terem uma ideia, esta época, na II liga, só quatro treinadore­s aguentaram até ao fim, três deles portuguese­s: eu, o Jorge Mendonça(Al-Akhdoud)eoQuimMach­ado (Al-Orobah). Todos os outrosclub­estiveram,emmédia, três a quatro treinadore­s. Na Arábia Saudita podemos ser despedidos a qualquer momento.Eu,felizmente,nestes três anos que estive cá, dois no

Al-Jabalain e um no Al Hazem, nunca fui despedido. As pessoas sempre acreditara­m nos momentos bons e nos momentos maus. Os projetos na Arábia Saudita não existem, interessa é os resultados, como em todo o lado, mas aqui ainda mais. Aqui até temos treinadore­s despedidos na pré-época. No Al-Faisaly, um

Na hora de festejar a subida à I liga da Arábia Saudita, Filipe Gouveia ajoelhou-se no relvado com uma bandeira de Portugal nas mãos e uma t-shirt com uma fotografia do pai, António Gouveia, falecido recentemen­te. “Quis homenagear o meu pai, que faleceu há quatro meses. Além de ser meu fã, era o meu melhor amigo e era o meu ídolo. Certamente ele estará no céu contente por essa sentida homenagem”, contou a O JOGO o treinador do Al Hazem. Os últimos meses foram, aliás, particular­mente dolorosos para o técnico português, que viajou em algumas ocasiões para Portugal, inclusive para marcar presença no funeral. clube fortíssimo e que agora já não consegue subir, o presidente despediu o treinador que ia em primeiro lugar. Acontecem coisas surreais.

Vai renovar?

—Vamos ver. O presidente do clube já manifestou interesse na minha continuida­de. Tenho ainda algumas situações fora da Arábia Saudita.

Francis Can (ex-Vizela), Ben Traoré (ex-Leixões) e Joel Tagueu (ex-Marítimo) foram os reforços contratado­s pelo Al Hazem a meio da época e com forte influência na subida à I Liga. “Foram mais-valias e adaptaram-se ao grupo”, elogiou Filipe Gouveia, justifican­do o que o levou a estas contrataçõ­es. “São jogadores com fome, com vontade de vencer e de comer a relva”.

Filipe Gouveia considerou que o rendimento do ganês Francis Can foi “fantástico”, destacando ainda que o médio “Ben Traoré é um jogador com uma força tremenda”. Elogios ainda para Joel Tagueu, avançado que represento­u o Marítimo durante cinco temporadas. “Entrou muito bem no grupo”, destacou o treinador da equipa árabe.

“Tivemos vários meses em atraso. Quando acontecem esses atrasos, o jogador saudita complica um bocadinho...”

“Aqui [Arábia Saudita] até temos treinadore­s despedidos na pré-época”

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