O impacto da curta missão de Guedes
Contratado pelo Benfica em janeiro, Gonçalo Guedes já vai para a segunda cirurgia. Numa análise descuidada, é muito fácil dizer que a chegada do atacante teve impacto reduzido, mas a realidade é que foi o único reforço capaz de acrescentar valor na corrida pelo título.
Guedes não chegou sozinho. As águias contrataram, no mercado de inverno, além do internacional português, o extremo Schelderup e o ponta-de-lança Tengstedt. Pouco ou nada se viu destes jovens, que nem na equipa B conseguiram vingar.
Ainda é cedo para avaliar se Schelderup e Tengstedt são apostas ganhas. A juventude dos jogadores podem ter condicionado a adaptação, pelo que é prudente esperar para ver. Mas, ao contrário do que possa parecer, Guedes foi aposta claramente ganha, sem precisar de se mostrar muito. O avançado foi lançado num ciclo de risco de três jogos consecutivos longe da Luz, no espaço de dez dias, todos para o campeonato, e imediatamente somou créditos: marcou na estreia, diante do Santa Clara; esteve no lance do 2-0 em Paços de Ferreira; foi muito útil (no lugar do ausente Ramos), no triunfo, por 3-0, em Arouca. Voltou ao banco diante do Boavista e, novamente titular, foi decisivo na dificílima vitória dos encarnados em Vizela, ao iniciar, com arrancada fulgurante, a jogada que desbloqueou o marcador. Há jogadores assim, não precisam de muito tempo para deixar marca. No caso de Gonçalo Guedes, até para colocar a impressão digital em algo maior, um título nacional, atendendo a que o Benfica está em posição privilegiada para o confirmar no sábado. Guedes merecia lá estar.
Nem as lesões conseguem ofuscar a segunda vida de Gonçalo Guedes no Benfica. Mesmo a caminho da segunda operação, o avançado tem a impressão digital na época das águias.