O Jogo

CLIENTE HABITUAL FEZ-SE INTRUSO HÁ 19 ANOS

Neste dia, em 2004, o FC Porto ganhou a Champions. A partir daí, ninguém fora dos quatro maiores campeonato­s repetiu feito de um clube que compete lá fora há 50 anos seguidos

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

07/04 15/04 22/04 26/04 30/04 04/05 08/05 14/05 20/05 27/05 04/05

Benfica Santa Clara P. Ferreira Famalicão Boavista Famalicão Arouca Casa Pia Famalicão V. Guimarães Braga 1-2 2-1 0-2 1-2 1-0 3-2(a.p.) 0-1 2-1 2-4

Sérgio Conceição

Vítor Bruno Siramana Dembélé Diamantino Figueiredo Vedran Runje Eduardo Oliveira Telmo Sousa

EM GELSENKIRC­HEN, CARLOS ALBERTO, DECO E ALENICHEV FIZERAM OS GOLOS QUE DERAM A VITÓRIA POR 3-0

Desde 1974/75 que os dragões não passam uma época sem competir na UEFA. Longa caminhada só é superada pelo Barcelona e teve em Gelsenkirc­hen, frente ao Mónaco, o ponto mais alto.

Faz hoje 19 anos que uma palavra alemã esquisita tomou de assalto o coração de todos os portistas: em Gelsenkirc­hen, o FC Porto bateu o Mónaco por 3-0 e conquistou a Liga dos Campeões. Outra etapa dourada de um ciclo que havia começado em Sevilha, em 2003, com a vitória na Taça UEFA, e só terminaria em Yokohama, onde os dragões ergueram a Taça Interconti­nental. São algumas das marcas mais fortes de um percurso europeu tão longo e constante que sobressai: com o recente apuramento confirmado para a Liga dos Campeões, o clube azul e branco carimba 50 anos consecutiv­os a competir em competiçõe­s da UEFA.

Um cliente habitual, portanto, que se fez intruso em 2004. Desde a mudança de formato da Taça dos Campeões Europeus para a Liga dos Campeões, em 1992/93, Ajax (1995) e FC Porto foram os únicos nomes fora dos grandes campeonato­s a levarem a orelhuda para casa, até hoje. Aliás, mesmo de França, só o Marselha conseguiu a vitória, logo na primeira temporada, com os restantes vencedores a dividirem-se entre Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália. O Mónaco, então, poderia ter sucedido ao vizinho gaulês e teve toda a legitimida­de para acreditar, numa época atípica em que os ditos tubarões foram engolidos por gerações únicas. O FC Porto afastou o Manchester United, o na altura crónico campeão francês Lyon e o Corunha, que deixara a Europa em choque pela forma como destruiu um Milan de elite nos “quartos”. O Real Madrid, na era dos galáticos, não passou pelos monegascos, que na final sofreram golos de Carlos Alberto, Deco e Alenichev. O primeiro grande ciclo de José Mourinho, já de malas aviadas para o Chelsea.

Hoje em dia, parece impossível que se repita um alinhament­o destes, mas o FC Porto prolonga o hábito de nadar

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com tubarões. As 27 participa- ções da Liga dos Campeões igualam as do Bayern de Mu- nique e só são batidas (28) por Real Madrid e Barcelona. Des- de 1974/75 que os dragões não passam uma época sem competir nas provas europeias, como se vê na lista ao lado. Das sequências em andamen- to, é igual à do PSV, dos Países Baixos e apenas superada pelo Barça, que começou a cami- nhada 1971/72 – não se conta- biliza a Taça das Cidades com Feira por não ter tido caráter oficial e reconhecim­ento da UEFA. De resto, Real, Bayern, Milan, entre outros gigantes, todos tiveram um acidente de percurso que os deixou pelo menos uma época sem fute- bol europeu. Uma longevidad­e que o FC Porto coloriu com duas Taça dos Campeões Eu- ropeus/Champions, duas Taça UEFA/Liga Europa, uma Supertaça Europeia e duas Ta- ças Interconti­nentais, com o tal ponto mais alto atingido há 19 anos.

No último fim de semana, o FC Porto assegurou a 27.ª presença na fase de grupos da Liga dos Campeões. Ajax, em 1995, foi a outra equipa fora do top 5 das ligas a conquistar a prova

1974/75 1975/76 1976/77 1977/78 1978/79

1979/80

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Deco, Jorge Costa, Costinha, Pedro Emanuel, Vítor Baía, Carlos Alberto e Derlei numa foto para a eternidade
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