“DISSE QUE COLOCAVA O LUGAR À DISPOSIÇÃO”
Técnico assumiu a responsabilidade perante a Direção, mas garantiu sentir apoio para continuar depois de uma época em que faltou capacidade para lutar pelo campeonato
Treinador frisou que a equipa jogará para vencer apesar de ter o futuro decidido. O objetivo passa por continuar a preparar a próxima época, para a qual a margem de erro será muito reduzida.
Na última conferência de antevisão da época, Rúben Amorim revelou que o seu destino está nas mãos da direção do Sporting, depois de terem sido falhados os objetivos mínimos da temporada.
O que ainda há a dizer aos sportinguistas?
—O campeonato ainda não acabou e temos de vencer o nosso jogo. Estamos numa série sem perder há muito tempo e devíamos ter ganho ao Benfica, mas não ganhámos. Temos coisas para trabalhar. Dário Essugo vai ser titular e há certas nuances que vamos tentar melhorar. O Vizela joga de forma parecida ao Benfica, a pressionar em 4-4-2 com o Samu a juntar-se ao avançado. Trabalhámos isso porque queremos aproveitar cada minuto para melhorar a equipa numa época de objetivos falhados mas em que crescemos. Os jogadores viram que é difícil jogar no Sporting.
Quem merece ser campeão?
—Quem for campeão. Quem não mereceu foi o Sporting. Benfica, Braga e FC Porto fizeram por isso e nós tentámos, mas não conseguimos. Não foi falta de esforço, foi falta de capacidade de sermos competitivos.
Disse que a margem de erro na próxima época será reduzida. Se o arranque for semelhante à atual, acha que continuará no cargo?
—Estive com o presidente e com o Hugo Viana e disse que colocava o lugar à disposição devido à falha dos objetivos. Foi logo muito claro no início da reunião. Talvez seja a única maneira de sair do Sporting,porquequandoestátudo
bem eu nunca quero sair. Sinto o apoio de toda a gente e tenho uma confiança enorme no nosso trabalho. Já vejo futebol há algum tempo e sei como são as coisas. Sei o que vem aí para a próxima época.
Tem um sentimento de arrependimento em relação a algo? Algo que tenha sido crucial para o desfecho do Sporting esta época?
—Foi um conjunto de coisas. A forma como o defeso acabou foi um grande erro e causou bastante dano na equipa e na relação entre todos. Depois, demorámos a acertar a harmonia e isso sente-se. Em certos momentos não tivemos sorte. Quando fomos campeões disseram que tivemos sorte, mas este ano em certos jogos não tivemos. Fomos inconsistentes. Não houve uma razão, mas sim um conjunto de razões que nos levaram a esta situação. Arrependimentos? Arrependome várias vezes. Depois da saída do Matheus Nunes demorei muito tempo a centrarme no essencial e andei umas semanas frustrado. Esse é o maior arrependimento.
O segundo golo do Benfica no dérbi gerou polémica. Qual a sua opinião sobre o lance?
—Não fui ver o lance. Disseram-me que foi falta, mas isso pode acontecer para um lado ou para o outro. É esquecer. O que me pareceu é que, tirando a arbitragem, com duas ou três situações podíamos ter tido muito mais bola. Eram coisas básicas. Fico mais preocupado com a situação de não termos tido tanta posse. O meu foco na observação foi esse e não se o golo era regular ou não. Já não o podemos mudar e, como não estamos a lutar pelo titulo, é-me completamente indiferente.
“Campeão? Quem não mereceu ser campeão foi o Sporting. Benfica, FC Porto e Braga fizeram por isso”
“Golo no dérbi? Já não o podemos mudar e como não estamos a lutar pelo titulo é-me indiferente”
Rúben Amorim Treinador do Sporting Análise: Amorim diz que faltou ao Sporting uma ponta de sorte esta temporada