O Jogo

Dia do bluff saiu mal a Almeida

Na 18.ª tirada da Volta a Itália foi a vez do ciclista português ter um dia mau, apesar de ter pedalado junto ao camisola rosa

- JOANA BARBEDO SILVA

O jovem das Caldas da Rainha desceu ao terceiro lugar da classifica­ção geral, tendo sido ultrapassa­do por Primoz Roglic, e valeuse do apoio de Jay Vine, que o rebocou quase até apanhar o trio da frente.

João Almeida teve um dia mau na Volta a Itália e viu-se ultrapassa­do por Primoz Roglic (Jumbo-Visma), três vezes vencedor da Volta a Espanha, no segundo lugar, mas manteve todas as hipóteses de pódio e a camisola branca.

O maior beneficiad­o da penúltima etapa em alta montanha foi o aniversari­ante Geraint Thomas (INEOS), que ao terminarju­ntamenteco­mRoglic deixou o português a 39 segundos. “Ganhar tempo ao Almeida e não ceder para o Rogla é um bom dia. Senti-me bastante bem, a controlar. O Primoz gosta de ir no duro, depois acalmar, e voltar ao duro. Tenho de me manter consistent­e, ir dia a dia, subida a subida”, analisou Thomas.

A etapa, que foi para Filippo Zana (Jayco-AlUla), era considerad­a de média montanha mas com as duas últimas escaladas muito duras. Na penúltima, percebeu-se que Roglic, que chegou a descolar logo de início e passou o resto do tempo a meio do pelotão, estava desta vez a fazer “bluff ”. Foi o esloveno que acelerou definitiva­mente o grupo, ficando apenas com o colega Sepp Kuss e Thomas. João Almeida, que passara a etapa junto ao camisola rosa, também tentara enganar os adversário­s, mas no caso do português por não se sentir bem, o que ficou evidente ao ficar logo para trás.

Ao jovem das Caldas da Rainha valeu a equipa e, sobretudo, Jay Vine, que o rebocou quase até apanhar o trio da frente, quando se descia entre Coi e Palavafera. O azar da UAE Emirates foi o australian­o ter umasaídade­estrada,deixando o português sozinho na última subida. Mesmo assim, Almeida conservou até à meta os 20 segundos que perdeu no momento do ataque de Roglic.

“Esta tirada foi muito dura desde o início, com um ritmo muito alto. Foram mais fortes do que eu, o que não foi ideal, mas ao fim de contas estou feliz. Estamos perto de Roma e ainda falta muita corrida”, disse o luso, líder da classifica­ção da juventude.

Os três lugares do pódio, separados por 39 segundos, ainda estão totalmente por definir, face a uma etapa demoníaca como a de hoje, que liga Longarone a Tre Cime di Lavaredo em 183 quilómetro­s que incluem mais de 5400 metros de desnível acumulado positivo. O final é o “Cima Coppi” – montanha mais alta do Giro – e que pode vir a ditar grandes diferenças, até porque é antecedida de mais quatro subidas, duas também acima dos 2000 metrosdeal­titude.ParaAlmeid­a, o importante é estar bem para poder decidir um bom lugar no contrarrel­ógio de amanhã. “A 19.ª etapa será ainda mais difícil, por isso espero estar lá em cima com eles. Não será fácil, mas vou lutar até ao

fim”, garantiu.

Mesmo não tendo tido o melhor dia, João Almeida bateu-se com os melhores, continua no pódio, que praticamen­te assegurou, e ainda pode dar o que fazer a Thomas e Roglic

Já perto da linha de chegada, o ciclista de Ados-Francos viu-se “envolvido” por vários adeptos portuguese­s, equipados a rigor com bandeiras às costas ou empunhadas bem alto

“Foram mais fortes do que eu hoje [ontem], o que não é ideal. Não foi ideal, mas ao fim de contas estou feliz”

João Almeida Ciclista da UAE Emirates

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JOÃO ALMEIDA CONTINUA A SORRIR E A ENVERGAR A CAMISOLA BRANCA DA JUVENTUDE

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