O Jogo

Orgulho pela história, tristeza pela descida

- PEDRO CADIMA

Lincoln assinou várias exibições memoráveis nas três épocas em que vestiu a camisola do Santa Clara, viu nascer uma filha nos Açores e não esquece a ilha onde encontrou a maior estabilida­de da carreira.

Lincoln foi perda signiŶcati­va no projeto açoriano, ele que era o mágico da equipa e peça decisiva tal como Morita, que partiu para o Sporting. O brasileiro reconhece razões para o descalabro de uma equipa que vinha entretendo o espectador e habituando os adeptos do Santa Clara a classiŶcaç­ões na parte alta da tabela.

Que sentimento fica da passagem pelos Açores, sabendo também desta descida?

—Os Açores foram tudo para mim, nasceu uma filha, o Santa Clara deu-me imenso, acolheu-me muito bem. Eu subi muito novo a profission­al no Grémio, saí cedo num empréstimo para a Turquia, voltei ao Brasil e a verdadeira estabilida­de só a tive no Santa Clara. Foram três épocas a realizar grandes campanhas e batendo recordes, fazendo classifica­çõeshistór­icas para o clube. Fico feliz por ter o nome marcado no clube, pelo processo conjunto, mas muito triste pela descida.

A descida, muito concretame­nte, apanhou-o de surpresa?

—Sabemos que é difícil, dentro de uma equipa, quando se trocam muitos jogadores a probabilid­ade de não dar certo é alta, por muito que cheguem muitos atletas de qualidade. Viu-se o exemplo do Rio Ave. Agora o Santa Clara. A competição em Portugal é bastante difícil e se chegam muitos atletas que não conhecem a exigência do campeonato fica complicado. Eu não conhecia nada, mas já vinha de equipas profission­ais e olhei para o balneário e estavam vários jogadores que sabiam tudo da Liga portuguesa como Fábio Cardoso, Rafael Ramos, Sagna, Anderson, depois Costinha, o guarda-redes Marco. Isso ajudou e facilitou, afinal um jogador que vem de fora acaba por conviver mais no clube do que com a sua família. Foram muitas trocas, não serve de desculpa mas é certo que atrapalhou. Fico a torcer para que subam já de imediato com excelente campeonato, é o clube que mora no meu coração, pois foram lindos tempos juntos.

Lincoln estreou-se pelo Grémio com 16 anos, tendo Ronaldinho Gaúcho como referência. Lançado por Scolari, sonhava , então, ser um dia o melhor do mundo

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