Orgulho pela história, tristeza pela descida
Lincoln assinou várias exibições memoráveis nas três épocas em que vestiu a camisola do Santa Clara, viu nascer uma filha nos Açores e não esquece a ilha onde encontrou a maior estabilidade da carreira.
Lincoln foi perda signiŶcativa no projeto açoriano, ele que era o mágico da equipa e peça decisiva tal como Morita, que partiu para o Sporting. O brasileiro reconhece razões para o descalabro de uma equipa que vinha entretendo o espectador e habituando os adeptos do Santa Clara a classiŶcações na parte alta da tabela.
Que sentimento fica da passagem pelos Açores, sabendo também desta descida?
—Os Açores foram tudo para mim, nasceu uma filha, o Santa Clara deu-me imenso, acolheu-me muito bem. Eu subi muito novo a profissional no Grémio, saí cedo num empréstimo para a Turquia, voltei ao Brasil e a verdadeira estabilidade só a tive no Santa Clara. Foram três épocas a realizar grandes campanhas e batendo recordes, fazendo classificaçõeshistóricas para o clube. Fico feliz por ter o nome marcado no clube, pelo processo conjunto, mas muito triste pela descida.
A descida, muito concretamente, apanhou-o de surpresa?
—Sabemos que é difícil, dentro de uma equipa, quando se trocam muitos jogadores a probabilidade de não dar certo é alta, por muito que cheguem muitos atletas de qualidade. Viu-se o exemplo do Rio Ave. Agora o Santa Clara. A competição em Portugal é bastante difícil e se chegam muitos atletas que não conhecem a exigência do campeonato fica complicado. Eu não conhecia nada, mas já vinha de equipas profissionais e olhei para o balneário e estavam vários jogadores que sabiam tudo da Liga portuguesa como Fábio Cardoso, Rafael Ramos, Sagna, Anderson, depois Costinha, o guarda-redes Marco. Isso ajudou e facilitou, afinal um jogador que vem de fora acaba por conviver mais no clube do que com a sua família. Foram muitas trocas, não serve de desculpa mas é certo que atrapalhou. Fico a torcer para que subam já de imediato com excelente campeonato, é o clube que mora no meu coração, pois foram lindos tempos juntos.
Lincoln estreou-se pelo Grémio com 16 anos, tendo Ronaldinho Gaúcho como referência. Lançado por Scolari, sonhava , então, ser um dia o melhor do mundo