O Jogo

A OBSESSÃO DE FAZER

O Manchester City é ultra favorito para a conquista inédita da prova, mas o Inter chegou pé ante pé até à final – e já ganhou três vezes

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LIGA DOS CAMPEÕES

BRUNO VENÂNCIO

O dia mais esperado pelos ●●●

adeptos de futebol chegou fi

nalmente, com Manchester City e Inter de Milão a ocuparem os lugares com que sonham todas as equipas da Europa. E se, no caso dos nerazzurri, esta presença na final pode mesmo ser considerad­a um sonho, dadas as expectativ­as iniciais para a sua prestação na prova, já os citizens perseguem a concretiza­ção de um objetivo que se tornou claramente uma obsessão.

Pep Guardiola foi afastando essa ideia repetidas ocasiões desde que é treinador do emblema de Manchester. Agora, porém, até o técnico catalão já se rendeu à evidência: nas últimas semanas assumiu finalmente que o seu legado no clube só ficará completo com a conquista da competição, e ontem confirmou a ideia de que os citizens não conseguem sequer pensar noutro desfecho que não seja o triunfo.“Temosdegan­haraChampi­ons. É algo a que não podemos fugir. Obsessão? É uma palavra positiva. Para se alcançar objetivos tem de se ter a parcela correta de obsessão, de desejo”, admitiu, dando a receita para não se deixar surpreende­r pelo Inter: “O Inter é maior que nós em termos históricos, mas o que importa é o jogo de amanhã. O mais importante é não pensar que com 0-0 estamos a perder – as equipas italianas pensam que com 0-0 estão a vencer e não estão. Temos de ser pacientes.”

A conquista da Champions, mais do que confirmar o legado deste City de Guardiola – e permitir uma tripleta que só o rival United conseguiu, em 1998/99 –, legitimará finalmente o avultado investimen­to que o grupo de Abu Dhabi detido pelo Sheikh Mansour bin Zayed tem vindo a fazer no clube desde 2008, mas principalm­ente durante o reinado do treinador catalão. O grande objetivo falhou em 2020/21, na final com o Chelsea disputada no Estádio do Dragão em pleno período de pandemia, mas a campanha na atual temporada, com triunfos claros sobre Bayern de Munique e Real Madrid, conferem um favoritism­o esmagador aos citizens – isso... e Haaland, claro: o norueguês leva uns estonteant­es 52 golos na temporada, e nem o facto de ter marcado apenas um tento nos últimos sete jogos ameniza esse registo.

Do lado do Inter, a estratégia passou por entregar o favoritism­o ao adversário. “Do outro lado está a melhor equipa do mundo, têm-no provado, e sabemos o que nos espera. Vai ser muito difícil, mas juntos, como chegámos até aqui, vamos tentar. Sabemos que podemos escrever uma página de ouro na história do futebol”, salientou Simone Inzaghi.

O técnico do carrasco de FC Porto e Benfica pediu à sua equipa “total concentraç­ão”, “poucos erros” e para “aproveitar as oportunida­des”, apontando estes fatores como essenciais­paraconseg­uirvencer a prova pela quarta vez no historial do clube – última desde 2009/10, sob o comando de José Mourinho. “As pernas, a cabeça e o coração serão muitoimpor­tantes.Aspernas vão servir para a corrida extra, a cabeça para se manter lúcida em todos os momentos do jogo e o coração nestes desafios faz com que se encontre energia que nem se acha que se tem”, realçou Inzaghi.

“Obsessão? É uma palavra positiva. Para se alcançar objetivos tem de se ter a parcela correta de obsessão, de desejo” Pep Guardiola Treinador do Manchester City

“Do outro lado está a melhor equipa do mundo, mas juntos vamos tentar. Estamos bastante tranquilos” Simone Inzaghi Treinador do Inter de Milão

Presente na conferênci­a de antevisão à final, Rúben Dias deixou bem clara a posição do Manchester City para a partida com o Inter. “Adoramos a pressão. Já jogamos com ela há muito tempo. Ajuda-nos a correr mais, a saltar mais, a estar mais concentrad­os... É disso que precisamos nestes jogos”, salientou o central luso, embora ressalvand­o que numa final “não há favoritos”. “O maior erro que podemos cometer é esquecer que se trata de uma final”, reiterou. Questionad­o sobre a personalid­ade interventi­va em campo, atribuiu o mérito... ao clube: “Construiu um grupo cheio de líderes. Quando chegam os grandes momentos, sabemos o que temos de fazer.”

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