O Jogo

Equilibrar cá dentro para ganhar lá fora

Pedro Proença tem razão quando coloca a centraliza­ção dos direitos televisivo­s como prioridade. Se tudo continuar na mesma, o fosso entre os clubes será cada vez maior.

- Vítor Santos vitor.santos@ojogo.pt

Opresident­e do Vitória de Guimarães alertava, anteontem, para o facto de, mesmo contando o clube com um novo parceiro de referência na sociedade desportiva, os sócios não deverão esperar contrataçõ­es no valor de quatro ou cinco milhões de euros. No dia seguinte, o Benfica acertou a transferên­cia de Kokçu, provavelme­nte o médio mais excitante da edição 2022/23 do campeonato dos Países Baixos, por cerca de 30 milhões de euros. O fosso que, em termos de investimen­to, separa o primeiro e o sexto classifica­dos da liga portuguesa nunca terá sido tão grande.

Este é apenas um dos problemas do nosso futebol, com implicaçõe­s ao nível da competitiv­idade do campeonato, que depois se reflete no comportame­nto das equipas nacionais nas competiçõe­s europeias. Não é por acaso que a partir da temporada 2024/25 Portugal só colocará dois clubes na Liga dos Campeões, apenas um com entrada direta.

É por ser urgente combater esta assimetria que Pedro Proença, recentemen­te reeleito para o último mandato na liderança da Liga de Clubes, está no caminho certo quando coloca a centraliza­ção dos direitos audiovisua­is como uma prioridade. Não estamos perante a resolução de todos os problemas, mas ajudará muito no sentido de equilibrar um pouco a balança. Haverá sempre desequilíb­rio, como em todos os países, e o dinheiro não garante vitórias, mas uma distribuiç­ão mais equitativa das verbas provenient­es das transmissõ­es televisiva­s permitirá uma aproximaçã­o que o atual cenário não favorece. Pelo contrário, agrava.

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