O Jogo

Uma baliza ainda com interrogaç­ões

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No remanso do sofá, planear uma época futebolíst­ica é exercício fácil. A visão do adepto “dirigente de bancada” é unidimensi­onal. Analisa-se o valor dos jogadores do plantel, ponderam-se os pontos fracos e identifica­m-se os reforços. Feito.

Já quem manda tem que se preocupar com isso e com todo o resto: com os salários; com a duração dos contratos; com as vontades (por vezes caprichosa­s) dos jogadores; com os empresário­s; com as comissões; com as preferênci­as do treinador; com os traços de personalid­ade dos atletas etc, etc, etc. São tantas as variáveis com que se cozinham os plantéis, que me atrevo a dizer que certos falhanços são naturais. O bom dirigente não é o que não erra, mas o que erra pouco. Porque (mal) parafrasea­ndo a bíblia, “barretes” sempre os teremos. Dito isto, o tal dirigente que também habita neste escriba diz que a melhor política é aquela que acerta no equilíbrio entre o valor seguro e a irreverênc­ia da juventude. Por cada posição no campo deveria haver um titular “natural” que fosse permanente­mente acossado por um jovem sedento de lhe roubar o lugar. Bem vistas as coisas, foi assim que iniciámos, na baliza, a época transata. O lugar “era” de Varela, mas no banco estava sentado, nada mais, nada menos do que o titular da Seleção Nacional de esperanças. Sabemos que o lugar de guarda-redes é muito específico e que as mudanças por opção do treinador escasseiam. A vida não se apresentav­a fácil para Celton.

Mas a oportunida­de acabou por chegar sob a forma de lesão de Varela. E aí, a sensação que fica é que o mais jovem dos guardiães não agarrou a oportunida­de como se exige de quem joga naquela posição: com as duas mãos. As exibições não tiveram a qualidade que se esperava e o regresso de Varela acabou a ser saudado com algum alívio.

Se Biai é uma aposta de futuro, então há que renovar. Se nao, é baralhar e dar de novo

O que nos leva ao momento atual. Sabendo-se que Varela renovou (mas tem mercado) e que Biai está em último ano de contrato, o que fazer? E é aí que o adepto deve meter a viola ao saco e dizer que só mesmo quem trabalhou ao longo da época com os dois é que tem dados para decidir. Se se continuar a achar que Celton é uma aposta de futuro, então há a que apostar na renovação. Se não, é o momento ideal para baralhar e dar de novo.

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