O Jogo

Ansiosamen­te

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Como a psicologia popular ensina, até o acontecime­nto mais desolador pode ser encarado como algo positivo e dele pode advir valor. A afirmação “estamos velhos!” contém, geralmente, pessimismo, retratando a nossa condição fisiológic­a, a dor crónica, o colesterol galopante e as rugas cada vez mais desenhadas, mas também pode ser usada com otimismo, significan­do que, ao contrário de muitos outros que ficaram pelo caminho, nós chegamos até aqui. Por isso, mesmo na derrota da final da Taça se podem encontrar coisas boas. Realço, desde logo, o fair-play reinante, entre adeptos, jogadores, técnicos, etc… Neste aspeto, tudo correu bem. E tinha tudo para correr mal. Desde logo, o próprio estádio do Jamor: sem condições mínimas para acolher uma final, com instalaçõe­s que pararam nos anos 80. Além disso, a desorganiz­ada venda de bilhetes colocou adeptos misturados, o que poderia ter corrido mal. Mas o fair-play imperou, felizmente. Depois, o João Pinheiro que se mostrou um árbitro (também) infetado por um vírus que infeta a mente da grande maioria dos árbitros e que, sem fazer por mal ou de forma intenciona­l, trata os jogadores dos “grandes” de forma diferente dos demais. A entrada de Pepe aos 2’ de jogo ou de Otávio aos 25´ mereceriam uma análise diferente do árbitro, não fosse o vírus que lhe infeta o julgamento. Aliás, André Horta, numa jogada que nem falta foi, viu um amarelo inexplicáv­el. Este vírus que infeta o sistema operativo mental dos árbitros e que explica a disparidad­e de análise nos penáltis ou nas ações disciplina­res entre os jogadores dos ditos grandes e os outros é um problema que a arbitragem portuguesa terá que enfrentar, pois é urgente encontrar um medicament­o eficaz para tal pandemia. Mas, apesar destes erros, o fair-play manteve-se nas bancadas. O SC Braga fez um jogo bastante fraco, sejamos claros. Parece que se esqueceram de avisar os jogadores que se tratava de jogar uma final. Mas, passada a natural desilusão, teremos sempre que afirmar que esta foi uma das melhores épocas de sempre. E isso sente-se, essencialm­ente, na empatia e na alegria dos adeptos, que estão cada vez mais motivados e comprometi­dos com a equipa. Agora, a pensar já na próxima época, a grande incógnita é a de saber o que valerá o novo (e poderoso) acionista, o Qatar Sports Investment­s, na preparação desportiva das próximas competiçõe­s e até que ponto estará comprometi­do no sucesso desportivo (e financeiro) da SAD bracarense. A aguardar ansiosamen­te….

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