Iga Swiatek é marca de luxo
Número um mundial, a polaca, de 22 anos, venceu Roland Garros pela terceira vez e o futuro pertence-lhe
A viver um período de descrença entre alguns adeptos, o “tour” feminino tem, finalmente, a grande figura desejada. Sem surpresa, a de Varsóvia somou ontem o quarto título do Grand Slam.
MANUEL PÉREZ
Está longe de ser uma atleta modelo em termos de músculo e chega a encobrir a timidez num leve sorriso, mas, para se transformar na melhor atriz do ténis atual, teve de recorrer ao instinto assassino que conhecia dos livros de Agatha Christie ou Alexandre Dumas e que a acompanhamnabagagem.Iga
Swiatekmostrou,ontem,possuir também uma capacidade de superação nos grandes certames e o terceiro título em Roland Garros – bem como o primeiro no US Open do ano passado – concedem-lhe o raro estatuto de imbatível em todas as finais do Grand Slam.
Líder do ranking WTA, chegou à decisão em Paris sem ceder qualquer set e parecia bem encaminhada para se manter assim, depois do 6-2 sobre Karolina Machova (43.ª). A checa, de 26 anos, fiel à fama de tomba-gigantes ao longo da quinzena, vendeu cara a derrota e esteve perto da surpresa. Ganhou o segundo set por 7-5, mas não teve a mesma força mental para evitar o definitivo 6-4 para a polaca.
Está encontrada a jogadora mais jovem a chegar aos três títulos em Paris desde Monica Seles e, juntando o US Open, é também a mais nova a ganhar quatro majors desde Serena Williams.Discutirrecordesde precocidade é a tal garantia de que Swiatek será o próximo abono de família do WTA. Questionada a propósito do tamanho dos sonhos, replicou: “Não sei o que serei capaz de fazer, a não ser que terei de continuar a trabalhar diariamente para jogar o melhor possível, evoluir como atleta e, sinceramente, não tenho nenhum grande objetivo”.