O Jogo

“O quarto é o pior lugar de todos”

Gesto: João Ribeiro cumpriment­a os ucranianos Kukharyk e Trunov, que venceram Doeu só de ver. João Ribeiro e Messias Baptista estiveram boa parte da final no segundo lugar e perderam o pódio num photo-finish a três

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Foi uma jornada de várias promessas e de um grande desgosto. João Ribeiro atirou com a pagaia, Messias Baptista deitou-se no chão a chorar e foram as mulheres do K4 a confortar a dupla do K2 500.

CARLOS FLÓRIDO

Era o primeiro pódio ●●● anunciado da canoagem portuguesa nos Jogos Europeus – e primeiro sem Fernando Pimenta –, mas não foi. João Ribeiro e Messias Baptista, que tinham revelado qualidade para terminar o K2 500 metros nas medalhas, ganhando mais um impulso rumo aos Jogos Olímpicos, perderam da forma mais ingrata possível.

Com a dupla ucraniana Kukharyk e Trunov destacada, os portuguese­s foram evoluindo até ao segundo lugar, mas reação dos restantes candidatos ao pódio foi forte. Só no photo-finish se percebeu que os alemães Frank e Hiller eram segundos e os sérvios Holpert e Dragosavlj­evic terceiros, com Ribeiro e Messias a 45 milésimas de segundo da prata e a 15 do bronze, o equivalent­e a dois ou três centímetro­s na ponta do caiaque. “É uma frustração total. O quarto é o pior lugar de todos. Ainda por cima tão perto do terceiro e do segundo. Merecíamos a medalha. Trabalhámo­s muito. O desporto é assim. Temos de nos levantar disto para no Mundial não falhar nada”, disse Baptista, de voz embargada, pois os minutos deitado no chão ainda não o tinham recuperado.

João Ribeiro, mais velho, tentou assumir as culpas. “Infelizmen­te passei mal a noite, estou constipado, doente. Mas não quero desculpas. Ficamos com a sensação de que merecíamos mais”, disse, com o jovem a explicar que a diferença se fez “no impulso final, uma remada mais cedo; provavelme­nte, outra a seguir daria”. A realidade é que a dupla provou que o apuramento olímpico, a decidir em agosto, no Mundial, não deverá ser problema, pois tem qualidade para as medalhas.

Mais longe da maior meta, a ida a Paris’2024, esteve a seguir o K4 500 feminino, que foi sétimo na final. “O lugar não satisfaz, porque não garante o apuramento para os Jogos Olímpicos”, admitiu Francisca Laia, sabendo que no Mundial passam as seis melhores equipas europeias. “Aprendemos bastante, qual o caminho a seguir. Não estamos satisfeita­s porque queremos mais. Somos todas boas atletas”,terminou.NoC2500, o oitavo lugar levou Inês Penetra e Beatriz Fernandes a destacar a “evolução no tempo”.

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