O Jogo

Convite para o andebol de praia

- Carlos Flórido

Aprimeira vez que vi andebol de praia entusiasme­i-me. É uma disciplina feita para o espetáculo, que impression­a pelas piruetas (conhecidas como “360”) e os golos em aéreas. Tal como no voleibol ou no futebol, a intenção é transforma­r o desporto numa festa, tendo todas essas variantes origens nos jogos entre atletas amigos que encontrara­m uma forma de se divertir competindo durante os meses de férias.

Como as regras foram criadas para dar prazer a quem joga, ao andebol de praia só faltam as “roscas”, aquelas bolas com efeito que geram os golos mais bonitos em pavilhão, mas que na areia

Lembro-me de ver Alfredo Quintana a apurar na praia os seus famosos golos de baliza a baliza

não resultam. Vi os primeiros jogos no Porto, ao lado do Edifício Transparen­te, e tendo aquilo que faltou na Polónia, um público numeroso e entusiasta, que grita e aplaude os melhores golos. Também vi por lá, e isso gera-me alguma nostalgia, um sorridente Alfredo Quintana, que, ao que se dizia, insistia em jogar na praia mesmo não sendo do inteiro agrado do FC Porto. Quando mudaram as regras no pavilhão, permitindo ao malogrado guarda-redes fazer golos de baliza a baliza, o clube terá ficado agradado por ele ter apurado essa valência na praia. Sim, porque os jogadores evoluem tecnicamen­te enquanto se divertem.

O andebol de praia irá um dia ser olímpico, deu nos Jogos Europeus mais um passo nesse sentido e foi interessan­te verificar que Portugal é competitiv­o, está a próximo das medalhas e consegue fazê-lo com jogadores que no pavilhão poucos conhecem. Ou seja, temos uma margem de evolução enorme.

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