O Jogo

Que seja o quarto passo de muitos

- Vítor Santos vitor.santos@ojogo.pt

A Liga vai processar Mário Costa, o ex-presidente da Mesa da AG. Saúda-se, mas não chega. A família do futebol tem de se unir para impedir situações idênticas.

Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, e os clubes precisaram de pressionar até à medula Mário Costa, agora ex-líder da Mesa da Assembleia Geral do organismo, no sentido de este se demitir; a Federação Portuguesa de Futebol avança medidas para apertar o controlo na inscrição de jogadores; o Governo revelou, através do secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, a intenção de criar legislação no sentido da imposição de contratos transparen­tes e sanções aos prevaricad­ores; finalmente, a Liga, como pode ler nesta edição, vai processar, por falsas declaraçõe­s e danos reputacion­ais, Mário Costa, que está no centro do “caso Bsports”, academia investigad­a por tráfico de pessoas. São quatro passos importante­s no sentido de defender todos os jovens que arriscam, quase sempre engados por agentes sem escrúpulos, mudar de país para singrar no futebol. Mas tudo será pouco, atendendo à dimensão do problema.

Nem todos têm a mesma responsabi­lidade, mas também ninguém estará completame­nte inocente. Organismos desportivo­s, empresário­s, companheir­os de equipa, treinadore­s. No limite, todos na família do futebol. Casos com a dimensão deste são raros. Existem, porém, outros, alguns há muito identifica­dos pelo Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras, investigad­os e noticiados. Mas só após o escândalo e a vergonha determinam­os tolerância zero. Nesta fase, o pior que pode acontecer é perder tempo com questões paralelas. Importa agir. Não sei se com quatro ou com 40 passos, mas tenho a sensação de que nada será como antes. Espero ter razão.

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