A importância de ser Conceição
Conceição é especial. Só não é consensual porque continua ao serviço do FC Porto. No dia em que sair, passará a ser um treinador incrível, com defeitos que ninguém valorizará.
Équando temos oportunidade de ler uma entrevista como a que o O JOGO publica na edição de hoje, com Toni Martínez, que percebemos a importância de Sérgio Conceição. Durante a época, só podemos avaliar o que vemos em campo, depois plasmado nos resultados positivos obtidos nos últimos seis anos. Mas se uma temporada atrás da outra o FC Porto vence, mesmo sem abundância para contratações sonantes, como o grande rival Benfica, alguma coisa de muito especial acontece para manter as tropas do Olival tão competitivas e motivadas. Talvez o ponta-de-lança espanhol desvende um bocadinho do segredo quando diz que Sérgio Conceição sabe tirar o máximo dos jogadores. E, para o técnico, as peças da máquina, mesmo na rotação limite, ainda podem dar mais, ainda que o desconheçam. “Todos deviam trabalhar uma vez com Sérgio Conceição”, aconselha Toni Martínez, entregando ao técnico uma fatia de dragão na responsabilidade pelos êxitos. Sublinhada por Pinto da Costa, a importância de Sérgio Conceição é, também, subscrita pelos jogadores, mesmo por aqueles que, como o espanhol, podem estar insatisfeitos com o menor tempo de utilização. E, provavelmente, o dono do banco portista até ficará confortável com isso. Já o contrário, ter um jogador acomodado à condição de suplente, é capaz de o irritar.
De certa forma, Sérgio Conceição é, hoje, um treinador consensual. Ainda há quem não se renda, mas é questão de tempo. Se sair do FC Porto, passará, também para os irredutíveis, a ser um técnico incrível. Talvez tenham de esperar mais um ano. Pelo menos.