O Jogo

Luís Freitas Lobo

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Para traçar uma nova filosofia de comando, Marcelo Bielsa. “El Loco” assumiu a seleção principal do Uruguai e visa uma renovação de jogadores (cruzando gerações) e fomentar cada vez mais um estilo respeitado­r da bola e da técnica. A seleção do Uruguai é património histórico futebolíst­ico mundial.

Estreou-se em particular­es sem grande exigência, contra Nicarágua e Cuba (ganhou os dois, 4-1 e 2-0). Deixou de fora os craques consagrado­s (Suárez, Cavani, Arrascaeta, Godín...) e chamou 31 jogadores, alguns em estreia: Zalazar (23 anos, médio do Schake), Federico Viñas (24, avançado do América do México), Lucas Olaza (28, lateral-esquerdo do Elche), Emiliano Martínez (23, médio do Midtjyllan­d), Maximilian­o Araújo (23, ala do Toluca), Thiago Borbas (21, avançado do Bragantino) e até Franco Israel (guarda-redes do Sporting). O plano foi fazer uma lista com três jogadores por posição (quatro em algumas) e dentro desse grupo de 33 a 40 jogadores ir fazendo as escolhas. Dos jogos iniciais, talvez o extremo Araújo tenha sido o mais destacado. Combinou bem com o lateral Piquerez pela esquerda e causou sempre perigo com mudanças de velocidade. No banco, porém, do segundo jogo contra Cuba já estavam alguns dos novos heróis do “futbol celeste”, campeões do Mundo sub-20, que Bielsa chamou poucos dias após terminar o Mundial só para os ver de perto em treinos. É uma nova geração que empolga, dos “três G”, como dizem na América do Sul, aquela que “gana, gusta e goleia”.

Corta e tem saída com técnica, queimando linhas de pressão com visão tática e aparecendo na frente para último passe ou remate. Uma “pérola celeste”.

Atrás, gostei de ver Facundo González (na equipa B do Valência), um central canhoto daqueles que impõe respeito pelo físico e jogo aéreo, sem medo do choque mas também com lucidez para entregar simples na saída desde trás. Ele foi o “guarda-costas coletivo” numa linha defensiva em que Matturro (do Génova) encheu toda a faixa esquerda. É um lateral que até parece algo pesado mas que depois vê-se ser essencialm­ente robusto, já com grande maturidade de jogo, personaliz­ado a subir ou ficar a defender muito forte.

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