O Jogo

Super Pimenta e os seus sucessores

- Carlos Flórido

Já conheci muitos atletas de topo, das mais diversas modalidade­s, mas nenhum como Fernando Pimenta. Apesar do palmarés, recheado com 131 medalhas internacio­nais, continua a ser humilde, amigo do amigo e o homem mais acessível que existe. Ao mesmo tempo, é um animal competitiv­o que talvez só tenha comparação com Cristiano Ronaldo. Nos Jogos Europeus, alinhando numa prova demasiado curta para as suas caracterís­ticas, numa fase da época pouco apropriada para a fazer – correu os 500 metros e anda a aumentar a resistênci­a para os 1000 – e estando debilitado por uma virose, não só conseguiu a medalha de prata como o seu primeiro pensamento foi ficar irritado por não ter o ouro.

Para a canoagem é uma felicidade ter um atleta assim, de topo mundial e exemplar como pessoa, mas a modalidade também viveu os últimos anos com a preocupaçã­o do pósPimenta. Em Cracóvia, a confirmaçã­o do talento que Messias Baptista e Kevin Santos já vinham a mostrar, aliado à evolução de jovens vindos dos juniores, provou que o desporto que mais medalhas tem dado a Portugal vai manter a fasquia elevada, mesmo continuand­o sem os apoios estatais que outras federações recebem. A despedida da lagoa de Kryspinow, um interessan­te local de praia nos arredores de Cracóvia, foi com sorrisos, cumpriment­os aos portuguese­s – quintos no medalheiro da canoagem – e uma mensagem que nos remete para o início do texto: Fernando Pimenta, o atleta mais medalhado em Jogos Europeus, avisou logo para contarem com ele em 2027...

Entre os sorrisos da canoagem, Pimenta avisou que vai voltar em 2027

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