Ganhar tem custos e não é para todos
Embora as taxas de juro continuem a subir e as boas contas do país teimem em não se refletir nas bolsas, o olimpismo, na Polónia, e o futebol, na Geórgia, deram aos portugueses razões para sorrir.
1Ser atleta de alta competição não é para todos. É preciso possuir muito talento e, sobretudo, uma capacidade de trabalho extraordinária. Ninguém consegue grandes resultados à boleia da sorte. São necessários muitos sacrifícios, quase sempre numa idade que nos conduz no sentido de aproveitar os prazeres da vida. Conquistar uma medalha numa grande competição internacional é, portanto, um feito que merece ser valorizado. Nem sempre acontece por cá, mas isso deve-se, sobretudo, à falta de cultura desportiva. Os portugueses em competição nos Jogos Europeus, só ontem, arrecadaram quatro medalhas de prata. A visão dos corvos agoirentos – não confundir com as aves, que merecem todo o respeito –, tratarão de dizer que estivemos em quatro finais e “falhámos” o ouro em todas. É evidente que todos queríamos o lugar mais alto do pódio, ninguém mais do que os próprios atletas, mas é necessário olhar para este copo na configuração de meio cheio. No caso, de medalhas. Parabéns aos medalhados. 2
Também o futebol contribuiu para uma terça-feira em cheio. Uma aventura que parecia condenada, ganhou vida com o triunfo da Seleção de sub-21 no Europeu, sobre a Bélgica. As quinas, sem deslumbrar, há muito para corrigir, lá avançaram para os quartos de final. Quem supera com tanta garra e vontade a evidente falta de inspiração e até de organização pode sempre aspirar a mais. Esperemos que, no sábado, frente à Inglaterra, a exibição seja mais consentânea com o talento desta geração de Rui Jorge.