O Jogo

A cinco dias do regresso

- Miguel Guedes

30de junho e mais dois dias. Ao dia 2 de julho, o FC Porto ainda não vendeu os jogadores a que estaria obrigado para manter as boas contas e o tão propalado equilíbrio financeiro que supostamen­te nos faria cumprir regras e não pagar multas. A boa notícia repete-se: uma vez mais, o privilégio vai no sentido de manter jogadores e atacar a reconquist­a da Liga com todos os ases de trunfo que nos permitiram ser campeões e, na derradeira época, dar luta até final. Todos não, quase todos. Se der para marcar golos a empurrar com a barriga, até agosto ou dezembro estaremos todos encostados à linha de baliza para garantir que a bola realmente entra e que não temos que cortar nas gorduras.

A saída de Uribe não é fácil de colmatar. Podemos olhar para dentro, percebendo que Eustáquio abdicou da Gold Cup e que Grujic permanece para fazer melhor. Que ninguém duvide da utilidade dos que cá estão, mas Uribe era um jogador distinto. Taticament­e arrumado e arrumador, daqueles atletas que não enganam o compromiss­o coletivo e dos quais se diz, abundantem­ente, que não sabem jogar mal. Prepondera­nte em alguns momentos, sempre de uma regularida­de avessa a dúvidas quando estava disponível para entrar no 11. Era o que foi e será, agora no Catar: indiscutív­el. E, como tal, quem vier terá que viver com a sua sombra até fazer o decalque da sua importânci­a. A opção que vive em Braga, de todo aconselháv­el, permitiria o acerto sem necessidad­e de adaptação. A questão que se faz é sobre se são esses os nossos cordões da bolsa. Se alguns partem e outros são equação de saída, também há os que recusam alimentar novelas quando o que querem mesmoé competir para ganhar. Ta remi recusou sair e ainda bem, porque a inteligênc­ia tática não se aprende mas reforçase com o histórico. Nenhum atacante goleador que o FC Porto tenha capacidade financeira para comprar poderá chegar, ver e vencer nesse capítulo. O que Taremi entrega ao jogo coletivo do FC Porto não tem paralelo. Em fim de contrato, pode muito bem ser – tal como Marcano – um dos que entende poder acabar a carreira no clube. Fran Navarro, previsivel­mente e em boa hora para chegar, é outro tipo de jogador. Não vender Taremi agora, pode ser um mau sinal para quem sabe que tem que apertar cordões mas também uma boa indicação para quem tem a certeza de que não há nenhum como ele que o FC Porto possa comprar.

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