A cinco dias do regresso
30de junho e mais dois dias. Ao dia 2 de julho, o FC Porto ainda não vendeu os jogadores a que estaria obrigado para manter as boas contas e o tão propalado equilíbrio financeiro que supostamente nos faria cumprir regras e não pagar multas. A boa notícia repete-se: uma vez mais, o privilégio vai no sentido de manter jogadores e atacar a reconquista da Liga com todos os ases de trunfo que nos permitiram ser campeões e, na derradeira época, dar luta até final. Todos não, quase todos. Se der para marcar golos a empurrar com a barriga, até agosto ou dezembro estaremos todos encostados à linha de baliza para garantir que a bola realmente entra e que não temos que cortar nas gorduras.
A saída de Uribe não é fácil de colmatar. Podemos olhar para dentro, percebendo que Eustáquio abdicou da Gold Cup e que Grujic permanece para fazer melhor. Que ninguém duvide da utilidade dos que cá estão, mas Uribe era um jogador distinto. Taticamente arrumado e arrumador, daqueles atletas que não enganam o compromisso coletivo e dos quais se diz, abundantemente, que não sabem jogar mal. Preponderante em alguns momentos, sempre de uma regularidade avessa a dúvidas quando estava disponível para entrar no 11. Era o que foi e será, agora no Catar: indiscutível. E, como tal, quem vier terá que viver com a sua sombra até fazer o decalque da sua importância. A opção que vive em Braga, de todo aconselhável, permitiria o acerto sem necessidade de adaptação. A questão que se faz é sobre se são esses os nossos cordões da bolsa. Se alguns partem e outros são equação de saída, também há os que recusam alimentar novelas quando o que querem mesmoé competir para ganhar. Ta remi recusou sair e ainda bem, porque a inteligência tática não se aprende mas reforçase com o histórico. Nenhum atacante goleador que o FC Porto tenha capacidade financeira para comprar poderá chegar, ver e vencer nesse capítulo. O que Taremi entrega ao jogo coletivo do FC Porto não tem paralelo. Em fim de contrato, pode muito bem ser – tal como Marcano – um dos que entende poder acabar a carreira no clube. Fran Navarro, previsivelmente e em boa hora para chegar, é outro tipo de jogador. Não vender Taremi agora, pode ser um mau sinal para quem sabe que tem que apertar cordões mas também uma boa indicação para quem tem a certeza de que não há nenhum como ele que o FC Porto possa comprar.