Tem a palavra o Conselho Superior
O FC Porto precisa de decisões que permitam encarar o processo eleitoral como uma oportunidade única para discutir o futuro, o que só será possível com um clima de paz social.
AAssembleia Geral mais tumultuosa da história recente do FC Porto pode, afinal, terminar ao intervalo. Se se tratasse de um jogo de futebol, seria um absurdo. Como estamos perante uma reunião de sócios para debater e aprovar novos estatutos, depois de uma primeira parte recheada de episódios inadmissíveis, talvez seja mais avisado dar mesmo o evento por concluído.
A oportunidade de discutir mudanças no documento orientador do clube a escassos meses das eleições já era questionável antes de a reunião magna ser marcada, mas o Conselho Superior do FC Porto tem hoje uma segunda oportunidade para decidir se deve manter a intenção de debater a proposta em causa ou retirá-la, passando a bola à Mesa da Assembleia de Geral, que não terá dificuldades em encontrar fundamentação jurídica para dar os trabalhos por concluídos, uma vez que o objeto da convocatória é extinto. Acredito que uma decisão neste sentido contribuirá para devolver alguma paz social à nação portista, sem que isso signifique passar uma esponja sobre tudo o que aconteceu na noite de segunda-feira. O Ministério Público já abriu um inquérito e o clube prometeu desenvolver uma investigação própria para identificar os sócios responsáveis pelas agressões físicas, tendo em vista a abertura de processos disciplinares. As sanções aplicadas aos prevaricadores serão tudo menos um pormenor, porque não existe outra forma de devolver aos milhares de portistas a confiança para discutirem o clube, sobretudo na antecâmara de uma disputa eleitoral como há muito não se via no FC Porto.