RECORDE DE HORTA DÁ ASAS AO DESEJO
Salvador explicou ao Canal 11 vontade de o manter e negociação falhada com o Benfica em 2022/23, com extremo a responder em campo
Criativo nunca se ressentiu da transferência gorada para o Benfica, mesmo que, intimamente, fosse um sonho de menino. Continua imparável nos registos, agora com máximo de assistências.
PEDRO CADIMA
Imperturbável na senda de marcas, fabricador da história do Braga, cravando imagem de um tesouro inigualável. Ricardo Horta atinge números magnetizantes como se tivesse sido programado para o fazer. Sem mácula, sem tibiezas, blindado de lesões ou fraquezas, é só um flagrante amante do jogo e dos recordes: 352 presenças em campo pelos guerreiros e 120 golos com a camisola arsenalista. Na sua oitava época, outro feito já está assegurado, o máximo de assistências, pois as atuais onze, em 26 jogos, superam a dezena alcançada em 2021/22 e 2022/23.
É muito por força desta lógica de números retumbantes, decisivos também na história luminosa recente e preenchida de títulos, que António Salvador justificou, em entrevista ao Canal 11, as dificuldades colocadas ao Benfica quando os encarnados traçaram Horta como homem mais desejado para 2022/23. O líder dos guerreiros não facilitou nas negociações, mesmo quando Rui Costa guardava lugar para o craque do Braga no plantel das águias. Só um montante nunca inferior a 20 milhões e um jogador como extra desportivo, serviriam para validar o apetite do Benfica. Sem quaisquer remorsos no dossiê, Salvador classificou-o como o “melhor ato de gestão a nível desportivo e financeiro.”
“Ele esteve sempre bem em campo, sempre bem com ele próprio. É um jogador de referência neste clube, dos que mais jogos tem, o melhor marcador do clube. Marca uma história na vida do clube e o clube na vida dele. Está perfeitamente familiarizado. A minha vontade é que acabe carreira no Braga”, justificou Salvador. “Isso dependerá de muitos fatores, mas quero pensar, sim, que tem muito para dar ao Braga”, opinou, seguro de que deixou tudo cristalino a Rui Costa. “Ele sabia quais as condições para levar o Ricardo Horta, que foram combinadas com o próprio jogador. O Benfica não chegou lá e a transferência não se concretizou”, recordou o homem forte dos bracarenses.