“Avisei o Cristo que ia destacar-se facilmente”
Eugeni Valderrama, médio do Ibiza, passou recentemente pelo Arouca e está atento à espanholização do plantel. Aplaude apostas e elogia alguns amigos
Foi dos primeiros espanhóis em Arouca, fala do atual contingente de seis centra-se nas qualidades do avançado que foi seu colega no Huesca; três “hermanos” valem 22 dos 30 golos da equipa.
“Foi uma boa experiência numa cidade distante, mas tranquila. Vivia-se bem e com pessoas acolhedoras por perto”
PEDRO CADIMA
Com um projeto ainda mais espanhol, o Arouca tem na frente um tridente em modo fúria. A fuga ao último lugar, finalmente consumada, ajudou a amplificar a reputação da qualidade trazida à liga por “nuestros hermanos”. Os lobos da Serra da Freita têm acusado falta de consistência depois da presença na Europa, mas não se podem queixar dos avançados, nem das contratações “vizinhas” para o setor. O sangue “rojo” de Jason Remeseiro, Mujica e Cristo González tem valido golos, pontos e alento num propósito de recuperação na tabela, com Daniel Sousa. Cristo e Jason corrigiram um percalço em casa com o Rio Ave e Mujica tratou de despachar o Gil Vicente com um “hat-trick”. Os três são responsáveis por 22 dos 30 golos da equipa.
O mercado espanhol foi uma aposta dos responsáveis do Arouca iniciada de forma convicta a partir da chegada do médio Eugeni Valderrama, 13 jogos pelos arouquenses, em 2020/21. Era o único. Passadas três temporadas, o elenco conta com seis: juntam-se Javi Montero, Busquets e Puche aos três já citados. O atual médio do Ibiza, em grande momento pelos ilhéus, com quatro golos em 17 jogos, segue atento ao que faz o Arouca, até porque entre os que lá jogam estão dois amigos, Puche e Cristo, e outro bem conhecido, Jason. Deixa vincada a satisfação pela escolha dos compatriotas. “A verdade é que me parece muito interessante. É uma liga onde se pode sacar um bom rendimento e competir numa prova forte. Pode parecer desconhecida à primeira vista, mas, vivendo-a por dentro, percebes os bons jogadores que lá existem. Eu comecei bem,
“É uma liga que permite sacar bom rendimento e faz-nos competir numa prova forte. Percebes rapidamente que tem ótimos jogadores. Portugal é excelente aposta e Arouca também”
adaptei-me ao clube. Foi uma boa experiência, numa cidade distante mas tranquila, e vivia-se bem, até por termos à volta pessoas acolhedoras. Tudo somado, Portugal é uma ótima aposta e o Arouca também. Tem feito bem as coisas, é um bom projeto, que deixa os jogadores realizados”, argumenta Eugeni, apontando aos seus conhecidos em Arouca, a começar pelo homem que anda de pé quente. A relação remonta ao tempo do Huesca “Tenho contacto forte com Cristo. Ele perguntoume pelo clube quando foi contactado. Disse-lhe que fosse sem problema, que iria desfrutar e somar minutos numa liga interessante. Se fizesse a sua parte, destacar-seia com facilidade, e isso está a acontecer. Quem conhece o talento de Cristo sabe o que pode dar, todo o mundo o vê. Tenho boa relação ainda com Puche, que precisava de mudar de ares, já estava desgastado em Saragoça”, conta, falando de um extremo ainda pouco protagonista. “Acho que pode mostrar o grande jogador que é, vai demonstrar que pode fazer grande carrei
ra em Portugal, porque é esperto e versátil; pode acrescentar muitas coisas”, declara, identificado também com os 116 jogos de Remeseiro em La Liga: “Jason já teve uma carreira importante em Espanha e em Portugal pode fazer igual, impor o seu trajeto e a sua experiência”, avisa, antecipando mais casamentos entre compatriotas e o
nosso campeonato.
“Todos os jogadores com quem falo em Portugal estão encantados com a liga; dizem que a prova é espetacular. o Arouca tem feito a sua parte, tem ganho com a aposta e os atletas têm sido valorizados pelo seu ótimo rendimento. Achoqueéparacontinuar.Não deixem fugir a oportunidade, é para desfrutar”, frisa.