O Jogo

PAULO ALVES “Mesmo feridos acreditara­m”

- PEDRO CADIMA

Técnico manteve-se fora do mercado a aguardar por projeto que lhe permitisse lutar por títulos, subidas ou algo mesmo desafiante. Já em Espanha, conserva aspirações de estar ao nível máximo em Portugal.

Agora treinador do Lugo, Paulo Alves dissecou com O JOGO o sucesso com o Moreirense, uma subida à I Liga com recorde de pontos e golos.

Foram meses tranquilos à espera de um regresso aos bancos?

— Decidi esperar por algo que me permitisse lutar por títulos, subidas ou algo realmente desafiador. Já tomei decisões precipitad­as que não correram bem.

Após subida tão clara, lamentou não ter ido com o Moreirense para a I Liga?

— Foi uma decisão mútua, o Moreirense não é um clube fácil de treinar, sobretudo durante muito tempo, porque há questões levantadas a ritmo diário. Não tenho nada a apontar, embora tenha gostado de trabalhar com algumas pessoas lá,outras nem por isso. Mas isso é igual em todo o lado. Feliz por ter tido sucesso à minha maneira.

Acabar com recorde de golos e pontos foi obra...

—Não foi uma época tão tranquila! Pela pre-época, tinha tudo para correr mal, entre jogadores feridos pela descida, desesperad­os por sair, jogos de preparação que nunca ultrapassa­ram os 60 minutos porque não haviam atletas... Era um somatório de problemas e foi necessário resolver tudo isso, com uma liderança objetiva. Falando olhos nos olhos, comunicati­vos e com foco no que tínhamos de fazer para regressar à I Liga.Feridos ou desesperad­os, acreditara­m na mensagem!

Que ambições mais claras conserva, porque parecem existir vagas de novos técnicos e outros com ciclos que encerram?

—São todas e mais algumas, não duvido da minha capacidade para qualquer tipo de desafio. Isso do prazo de validade não faz sentido algum, desde logo porque competênci­a não tem idade. A questão é que alguns treinadore­s têm o saber acumulado de re

“Moreirense não é clube fácil de se treinar, gostei de certas pessoas e outras nem tanto. Feliz por sucesso à minha maneira”

“Não foi uma época tranquila! Havia atletas feridos pela descida e desesperad­os por sair. Acreditara­m na mensagem!”

“Decidi esperar por algo que me permitisse lutar por títulos e subidas. Já tomei decisões precipitad­as que não correram bem”

sultados e outros vendem a ideia de que um simples power-point faz golos. E há quem acredite!

Que análise faz da equipa quesubiupa­raestaquec­ompete na I Liga?

—O Moreirense fez muito bem em manter a estrutura. Mudou os centrais, a quem não é preciso ensinar nada pela experiênci­a, dali para a frente é a equipa base que foi campeã, que já dava grandes espetáculo­s com golos baseados em trabalho coletivo de grande qualidade. Isto sem um goleador declarado e com os golos divididos . Os 77 marcados foram recorde da II Liga. Ainda se eliminou o Benfica da Taça da Liga, perdeu-se por um pormenor em Braga para a Taça.

Vê atletas a forjarem-se para outros voos?

—Há vários que podem e vão atingir outros patamares. O Alanzinho, que ninguém conhecia o ano passado, o Gonçalo Franco, que estava algo estagnado em Moreira, faltavalhe evoluir taticament­e para ser regular. Vi um jogo fantástico dele com o Benfica. Destaco o Kodisang, que poucos conheciam e se estreou comigo nas ligas profission­ais. Pela velocidade e imprevisib­ilidade pode ir longe. Sem esquecer Amador, Frimpong, Ofori, André Luís, Madson e Camacho. São todos grandes jogadores, mas, antes da época anterior, alguns tinham descido e outros andavam meio perdidos ou a jogar pouco. Hoje são acima de tudo consistent­es.

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 ?? ?? Paulo Alves deixa visão crítica sobre técnicos que vendem golos por folhas de powerpoint que apresentam
Paulo Alves deixa visão crítica sobre técnicos que vendem golos por folhas de powerpoint que apresentam

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