Gestão frustra Nuno Santos
Apesar de continuar a ser titular regularmente, o camisola 11 é substituído na maioria dos jogos e tem visto aumentar o tempo que passa no banco como suplente
Sem contestar Amorim, que lhe explicou o plano, ala gostava de ter mais do que quatro jogos completos. Até porque o próprio selecionador vincou que sair muitas vezes inibe a chamada às Quinas.
Nuno Santos é crucial na manobra do Sporting desde que foi contratado em 2020/21, primeiro como extremo, depois como lateral. No entanto, é nítido que há uma redução dos minutos em campo do canhoto que é o habitual titular na ala esquerda. Com 23 encontros em 24 possíveis, o camisola 11 é imprescindível para Amorim, mas a gestão tem sido levada ao máximo, uma vez que só cumpriu os 90 minutos em quatro partidas. Ora, essa situação foi explicada por Rúben Amorim no início da época ao jogador, sabe O JOGO, e também em alguns momentos o treinador tem dado corretivos quanto às exibições: por vezes, pretende um jogador mais desequilibrador no drible, noutras ocasiões um que não perca tanto a posição defensiva. Como tal, a substituição recorrente do canhoto não tem sido apenas por motivos físicos. No entanto, mesmo nesse capítulo o jogador considera saber adaptar o seu jogo para estar todo o encontro em campo e trabalha no máximo, dentro e fora do relvado, para estar apto a fazer muitos mais jogos completos.
Sem questionar visivelmente a substituição – como em outros tempos –, o certo é que o jogador quer estar mais tempo em campo por se sentir fisicamente a nível ótimo e por ser competitivo. Acata as decisões de Amorim, treinador com quem tem uma relação próxima, mas tem noção de que estar “condenado” à poupança até o prejudica no sonho de ser chamado à equipa das Quinas: “Gosto do Nuno Santos, mas para ele entrar na Seleção Nacional precisa de estar à frente de jogadores como Cancelo, Dalot, Guerreiro e Nuno Mendes. Tem muita gente à frente e raramente joga 90 minutos. Precisa de ter um momento para poder abrir a porta”, declarou a O JOGO, a 23 de dezembro, Roberto Martínez.
Nuno Santos leva 23 encontros na temporada e tem sido de grande regularidade nos leões, pois somou 49 em 2022/23, 50 em 2021/22 e 37 (em época sem provas europeias) no primeiro ano em Alvalade. Tem escapado às lesões, exceção a um problema num pé o ano passado. Porém, este ano só fez 90 minutos em 17,4% das ocasiões. O ano passado chegou aos 34,7%, em 2021/22 aos 30% e em 2020/21 aos 27%. O que tem sido uma trajetória ascendente no Sporting, nesta quarta época o índice de utilização reduziu. Apesar de estar entre os seis jogadores com 23 encontros este ano, está apenas em 12.º nos minutos em campo: 1273 e dificilmente vai bateras marcas dos últimos dois anos.