Schmidt “assume” férias de Di María
Decisão de dar descanso ao extremo justifica-se por ser “um jogador especial”, mas técnico será sempre responsabilizado
Pela idade e pela qualidade que apresenta, especialistas ouvidos por O JOGO consideram que o balneário não irá encarar de forma negativa a decisão do treinador, mas também há quem critique.
Di María será o grande ausentedojogodeamanhã,na Luz, com o Famalicão. Se Otamendi está castigado e teve autorização para se apresentar no início de 2024, o extremo até podia ser carta no baralho, mas foi presenteado por Roger Schmidt com mais uns dias de folga, que está a gozar na Argentina, onde ontem assistiu ao casamento da sua irmã. A situação, porém, é lida de forma diferente por quem viveu por dentro o fervilhar de um balneário, mas com uma consideração comum: a responsabilidade inicial e final será sempre de... Roger Schmidt.
Antigo vice-presidente responsável pela área do futebol, José Capristano considera a O JOGO que, embora não sendo normal acontecer, “a instituição tem de acreditar no seu treinador porque só se percebe que tenha sido dada esta autorização com o acordo dele e na base da decisão terá estado o facto de ter tido pouco tempo de férias após o Mundial, além de já ter alguma idade”.
“Se o Benfica ganhar, tudo ficará bem. Se perder, tudo estará mal. É um risco que acredito tenha sido calculado”, refere, considerando que “Di María é um jogador especial em campo e, por isso, também merece ser tratado de forma diferente. “Já no tempo do Eusébio, ele ganhava muito mais que todos os outros jogadores, mas estes viam-no como o abono de família da equipa”. “Porém, mal seria se o Benfica dependesse de apenas um jogador. Espero que o grupo perceba a diferença,atéporquenenhum outro além de Otamendi esteve na final do Mundial e tem esta idade”, sublinhou.
Antigo jogador e adjunto das águias, Álvaro Magalhães tem uma opinião diferente. “Devia estar com o plantel. O grupo tem de ser de tratado de igual forma. O Di María, por ser internacional argentino, não pode passar à frente de um portuguêsououtroqualquer”,
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aponta, referindo que “num grupo extenso de jogadores há sempre problemas e é preciso que o treinador faça uma boa gestão disso mesmo.”
TambémJoãoManuelPinto, antigo jogador e atualmente treinador, passou muitos anos em balneários e percebe a decisão. “Eu faria a mesma coisa, mas se as coisas não correrem bem, só há um responsável, o treinador. Contudo, na minha visão, o treinador também tem de dar rebuçados aos jogadores”, refere ao nosso jornal, destacando que “só Messi e Ronaldo têm de jogar sempre” e que “o Benfica também já perdeu com Di María em campo”. “O plantel vai perceber e quem entrar no seu lugar irá ter motivação extra”, atira.
Desde que voltou à Luz, Di María fez 21 dos 25 jogos do Benfica, num total de 1683 minutos em campo. Apontou nove golos e fez duas assistências
“Di María é um jogador especial em campo e, por isso, também merece ser tratado de forma diferente”
José Capristano Antigo vice-presidente do Benfica
“Devia estar com o plantel. O grupo tem de ser de tratado de igual forma. Por ser internacional argentino, não pode passar à frente de um português ou outro qualquer”
Álvaro Magalhães Antigo jogador e adjunto do Benfica
“Eu faria a mesma coisa, mas se as coisas não correrem bem, só há um responsável, o treinador, mas este também tem de dar uns rebuçados aos jogadores”
João Manuel Pinto Antigo jogador do Benfica