O Jogo

“Nem Abel Ferreira escapa à crítica”

O técnico dá conta da pressão imensa do futebol brasileiro, em contraste com a que sente no Catar

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Passagem pelo Brasil, na equipa técnica de Renato Paiva, deu a Rui Tavares conhecimen­to sobre a realidade do futebol daquele país, dentro e fora dos relvados. No Catar, o ambiente é bem diferente.

Rui Tavares treinou o Bahia, com Renato Paiva, o que serviu para tomar contacto com a realidade sui generis do futebol brasileiro.

Esteve no Brasil recentemen­te. Como analisa o grande contingent­e de treinadore­s portuguese­s no Brasileirã­o? A exigência é maior?

—A passagem do treinador português pela realidade Brasil acaba por ser difícil pelo facto de existir uma crítica desmedida, muitas vezes sem nexo algum. O que vendeéo conflito internauta. Os grandes trabalhos de Jorge Jesus, Abel Ferreira, Luís Castro e António Oliveira, que dentro da realidade do clube em que estava fez uma bela temporada, estão à vista de todos. E agora, mesmo comum percurso de excelência, Abel Ferreira não escapaà crítica. A exigência, de facto,é muito grande. Só quem passa por lá sabe como é, entre treinos, viagens, competiçõe­s internas e externas, preparaçõe­s dos jogos e suas análises e a gestão de jogadores, cuja fadiga física e mental é constante.

Agora o Catar. Como surgiu o convite? O que tem achado desta nova experiênci­a?

—Após o pedido de demissão do míster Renato do Bahia, tive abordagem dos responsáve­is para continuar e ficar ligado ao grupo City, mas a minha consciênci­a disse-me que deveria sair por respeito e consideraç­ão ao Renato Paiva. No Catar vim encontrar uma realidade bem diferente, em que pressão exterior quase não existe. Internamen­te, sim, existe sempre. Cheguei aqui através do empresário Hugo Cajuda e do interesse do míster Hélio e a experiênci­a está a ser normal, tipo a que tinha passado nos Emirados, onde já trabalhei.

Ser treinador no Médio Oriente é mesmo sinal de bons salários?

“No Catar vim encontrar uma realidade diferente, em que pressão exterior quase não existe”

—O Médio Oriente “vence” na tomada de decisão pelas questões financeira­s, é verdade. Obviamente, tenho as minhas ambições pessoais e tudo tem o tempo certo.

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