O Jogo

RUI OLIVEIRA

CICLISMO Ambicioso e frontal, atleta da UAE vinca algumas metas pessoais para 2024, como chegar à vitória que tanto procura no principal pelotão

- FREDERICO BÁRTOLO

A O JOGO, Rui Oliveira relata a satisfação por ter renovado por mais três anos, o trabalho junto a Pogacar e a esperança de ir aos Jogos Olímpicos pela pista, vendo 2024 como um ano “importante”.

Rui Oliveira, gaiense de 27 anos, renovou pela UAE Emirates por mais três anos e relata a O JOGO a vontade de se destacar com vitórias, depois de se ter solidifica­do como escudeiro de Tadej Pogacar nas clássicas.

Que balanço faz de 2023?

—Não alcancei o que me propus: ganhar uma corrida. Faltou destacar-me. Em termos coletivos, foi um dos melhores anos. Ganhámos um monumento [Volta a Flandres] com o Tadej, mais outras corridas com ele e ajudei o Molano a vencer um sprint na Vuelta.

Faltaram vitórias em clássicas belgas?

—Não foi nessas que me faltou ganhar. Queria ganhar uma corrida. Qualquer uma.

Como o ciclismo está, ganhar já é bom. Estive perto em Maiorca [8.º], na primeira corrida que fiz, em que estava a liderar até os 50 metros finais. Fui ultrapassa­do na última curva. Na Omloop [9.º] faltou-me sair mais tarde e podia ter feito top-5. Seria fabuloso. Na E3 [22.º] falhei no Paterberg e podia ter ficado no top-10. Na ParisRouba­ix [52.º] descolei no último setor. Fico a pouco mais de um minuto do top15. Não vou dar desculpas e este ano quero fazer melhor. Não quero viver dos “ses”.

O que é preciso para atingir a tal vitória?

—Em sprints puros é muito difícil. Consigo fazer um bom resultado em grupos restritos. Mas num dia com boa colocação, e tendo mais oportunida­des, é possível.

Como gere a questão de ter passado de um atleta que vencia corridas em juniores para estar quase só ao trabalho em elites?

—Ganhava algumas coisas, mas não muito. Em sub-23 só venci o Campeonato Nacional. Também estive perto de ganhar na Volta a França do Futuro, já fiz top-10 nas elites e não ganhei. Não penso todos os dias nisso, não sinto uma grande ansiedade, mas quero concretiza­r. Não quero passar a carreira toda a trabalhar. Estou para isso, mas também quero obter vitórias. Sei que não vou ganhar muito, mas estive perto de ganhar uma etapa numa grande volta. Estou perto e sei que vou lá chegar. Tenho de acreditar. Este ano de 2024 será dos mais importante­s.

Não tem vitórias em provas World Tour, mas renovou por três anos, o que lhe garante pelo menos nove épocas seguidas no escalão máximo. Era um sonho?

—Assinaria isso por baixo aos 19 anos. Era aquele sonho… queria ser profission­al

Em Saragoça, na Volta a Espanha, Rui Oliveira entregou uma vitória a Juan Sebastián Molano, que foi reconhecid­a pela Europa fora. “As pessoas até estranhara­m ter festejado daquela maneira, mas já tínhamos tentado vários dias com ele. Não tinha havido aquele lançamento para a vitória. O Matxin disse para ele se fiar na minha roda e para sair mais tarde dela. Apanhámos toda a gente de surpresa. Foram todas as frustraçõe­s embora. Nunca tinha feito um lançamento tão perfeito. Fazer parte do trabalho principal deu muito mais sabor ao momento”, conta, valorizand­o o apreço: “Foi muito especial, porque senti o carinho de todos. Quando cheguei ao autocarro recebi um aplauso da equipa como se fosse eu a ter ganho.”

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