TIRO AO QUADRADO
Dragões sentiram muitas dificuldades para anular o antiquado sistema defensivo posto em prática pela equipa de Famalicão
●●● Uma espécie de“cate naccio”fo ia surpresa apresentada pelo treinador Jorge Ferreira, no intuito de travar as perigosas investidas dos comandados de Ricardo Ares. Esse sistema defensivo, denominado por quadrado no hóquei em patins, está considerado uma arma de um passado distante e nunca é fácil de contrariar. Mas foi dessa base, de quatro soldados bem enquadrados na proteção da baliza, que o Famalicense lançou perigosos contragolpes, três deles no alvo, enquanto o FC Porto não disfarçava o desconforto.
Para além do sofrimento sentido na construção de passes rápidos e penetrações, os azuis e brancos não se mostravam eficazes na resolução das vantajosas situações de bola parada, uma boa via alternativa, mas também bloqueada pelas defesas de Diogo Fernandes.
O jogo da primeira jornada da segunda volta do campeonato acabaria por se tornar algo insípido, bem diferente doúltimoentreambasasequipas, marcado por um empate de loucos (7-7). Para quem assistia com neutralidade, a indefinição no marcador constituía o principal atrativo.
A primeira grande ocasião para abrir o marcador pertenceu aos anfitriões, aos sete minutos, num livre direto de Hélder Nunes travado pelo guarda-redes. Volvidos poucos segundos, uma corrente de ar gélido varreu a arena do Dragão, quando a condução de bola por parte de J.J. López, de baliza a baliza, resultou num golaço inteligente, pois a equipa tinha menos um jo- gador na pista. O 1-1 (Telmo Pinto) surgiu perto do intervalo e a segunda parte manteve o mesmo registo, sendo preciso esperar pelos últimos cinco minutos para os portistas resolveram os problemas em definitivo. Hélder Nunes (4-3) e Rafa (5-3) fecharam o resultado, depois de um início de segundo tempo com Diogo Casanova a colocar os minhotos na frente (1-2), Hélder a empatar e Gonçalo Alves a virar para 3-2, para Afonso Lima, à décima falta do adversário, estabelecer nova igualdade.
“O Famalicense recorreu ao quadrado; acho que não é bom para o hóquei” Ricardo Ares Treinador do FC Porto
“Temos as nossas armas, há que saber utilizá-las e o que fizemos não é muito habitual” Jorge Ferreira Treinador do Famalicense