Sérgio Conceição “Às vezes jogamos contra mais do que 11”
O treinador do FC Porto elogiou a atitude da equipa perante um Rio Ave que não incomodou, mas a arbitragem de Antóno Nobre deixou-lhe um sabor amargo
“Há dias assim”, desabafou o técnico portista no final de um empate sem golos, mas com um avalanche de situações criadas pelos dragões. O resultado é “ingrato” e “injusto” pelo esforço da equipa.
“Os jogadores trabalharam de uma forma incrível, percebíamos o que fazer para ir à procura de golos”
Sérgio Conceição viu um
Rio Ave satisfeito com o desenrolar do jogo e uma série de “situações dúbias” por parte da arbitragem.
Muitos remates, mas a bola não entrou. Que análise faz?
—Fizemos de tudo, os jogadores trabalharam de uma forma incrível. Percebíamos o que fazer para estarmos equilibrados, para ir à procura de golos e tentámos de tudo. É um jogo muito ingrato e muito injusto. Merecíamos a vitória, uma vitória folgada, contra uma equipa que praticamente não teve um remate enquadrado à baliza. Os jogadores estão de parabéns pelo jogo que fizeram.
“Evanilson foi tocado, não há simulação. Pode haver outro critério do árbitro, mas o instinto foi marcar penálti”
A distância em relação ao Sporting e Benfica complica?
—Em maio fazemos as contas. Com este espírito, a trabalhar desta forma, com mais eficácia ganhávamos de forma justa e folgada e não pelo cansaço do adversário. Também jogámos muitas vezes depois de Liga dos Campeões, ao terceiro dia. Uma vez fomos a Bruges e jogámos nos Açores às 14 horas; nem 72 horas de repouso. Não é por
causa disso, mas pelo grande trabalho que os meus jogadores fizeram a todos os níveis.
A equipa ficou mais intranquila depois dos golos anulados e o penálti revertido?
—Não é questão de ficar mais ou menos ansiosa. Há decisões muito dúbias. Acredito plenamente nos meus jogadores, acredito que o Evanilson foi tocado, não há simulação. Pode haver outro critério do VAR, mas o instinto foi marcar penálti. Havendo um toque não é simulação. Não sei o porquê de ter chamado o árbitro.
Pepe pediu respeito pelo FC Porto...
— Sentimos que nós levamos amarelos porque chegamos à
beira do árbitro a reclamar por vezes deforma exagerada, mas depois há ali exemplos de jogadores adversários que fazem duas ou três faltas em cinco minutos e não sai um cartão amarelo. E no nosso caso tivemos isso, logo na hora. Fica difícil... Jogámos sempre contra 11 e, às vezes, mais do que contra 11. Dentro do que fizemos como equipa, o que os jogadores trabalharam, a forma como quisemos cobrir espaços de formas diferentes, combinações, cruzamentos, finalizações… Enfim, é ingrato chegar ao fim deste jogo com este conteúdo e levar um ponto só.
“Levamos amarelos porque chegamos à beira do árbitro a reclamar por vezes de forma exagerada”
“Tivemos situações que podiam dar golo, que por infelicidade, o VAR analisou de outra forma”
As alterações tiveram o efeito esperado?
—Há um desgaste natural
dos jogadores. Tentámos ter mais peso na área. Percebemos que o Rio Ave tinha a intenção de levar um ponto. O Gonçalo é um desequilibrador, metemos o Iván [Jaime] mais por dentro, por ter características diferentes do Galeno, metemos também um avançado para juntar ao Evanilson... Quebrámos a linha muitas vezes. Tivemos situações para fazer golos, fizemos golos e tivemos situações que podiam dar golo. Por infelicidade, o VAR analisou de outra forma. Muito mérito dos meus jogadores, que conseguiram meter em dificuldade [o Rio Ave] e não deixaram fazer praticamente um remate enquadrado.