Resiliência
Foi por estes dias notícia que a Liga Portugal venceu em Tribunal um processo que teve na génese a proibição judicial, decretada em 2011, do patrocínio da I Liga por uma empresa de apostas desportivas (que, curiosamente, em épocas recentes voltou a patrocinar a competição), em virtude de inexistir um quadro legal que o permitisse, e a fixação de uma sanção pecuniária compulsória destinada a garantir o próprio cumprimento.
Passada mais de uma década, a justiça veio confirmar que a Liga Portugal não incumpriu qualquer injunção, com consequências financeiras muito relevantes: a contingência registada nas contas da Liga Portugal, cujo valor, com juros, já ascendia a cerca de 13 milhões de euros, deixou de o ser – um risco quase existencial que deixa de pairar sobre o futuro da associação.
E aqui é preciso assinalar o papel da Direção de Pedro Proença em duas vertentes.
Primeiramente, no saneamento das contas da Liga Portugal que, hoje, tem capacidade para fazer face a extraordinários desafios como a construção do seu novo e emblemático edifício-sede que está a nascer no Porto, e que vem eliminando rubricas dos passivos contingentes, à medida que o permite a celeridade judicial.
Depois, sublinhando a determinação férrea da Direção em pugnar pela decisão que veio a ser proferida, sem desistir, transigir ou conformar-se com um (mau) acordo. Foi uma atitude que a realidade revelou corajosa e não temerária, dado que a decisão final foi a única favorável ao longo de todo o processo.
O alívio financeiro representado por esta vitória não pode ser menosprezado, mas também não permite o total desafogo da Liga Portugal. Os oito anos consecutivos de resultados financeiros positivos, a receita recorde de 24,1 milhões de euros em 2022/23 e o maior orçamento da história da associação que se antecipa para 2023/24 permitem, isso sim, confiar na paulatina resolução do lastro das contingências que subsiste e continua a condicionar a gestão corrente e a afetação prudente dos resultados.
Depois de garantidas a sustentabilidade e a consolidação financeiras, é agora tempo de afirmação e internacionalização da marca do nosso Futebol Profissional, com uma ambição tão grande quanto o sentido de responsabilidade.
Passada mais de uma década, a justiça veio confirmar que a Liga Portugal não incumpriu qualquer injunção, com consequências financeiras muito relevantes